Café: Cotações do arábica encerram com alta de quase 1% em NY depois de sessão volátil
O mercado do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerrou esta terça-feira (12) com valorização diante de cobertura de posições vendidas em uma sessão marcada por aspectos técnicos e intensa volatilidade. As cotações buscaram recuperação no pregão após as perdas registradas ontem com realização de lucros no fim do dia.
O contrato maio/15 fechou a sessão de hoje com 134,50 cents/lb e o julho/15 registrou 135,50 cents/lb, ambos com avanço de 115 pontos. O setembro/15 teve 137,80 cents/lb com alta de 90 pontos e o vencimento dezembro/15 fechou o dia com 141,20 cents/lb e 70 pontos de valorização.
Para o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, tecnicamente, esse fechamento pode ser considerado de neutro a construtivo. "Para amanhã é possível que tenhamos o campo positivo nas bolsas prevalecido tanto em Nova York quanto em Londres", explica.
Como é típico em sessões mais técnicas como hoje, a queda do dólar contra o real no Brasil também acabou oferecendo suporte as cotações. A moeda norte-americana caiu 1,08% e agora está cotada a R$ 3,0195 na venda. Quando o dólar está mais valorizado que a moeda brasileira acaba encorajando as exportações de café do Brasil.
Apesar do fechamento positivo na sessão de hoje, vale ressaltar que em Nova York os operadores ainda acreditam em safra de arábica maior neste ano que em 2014, apesar da seca.
Porém, segundo o analista de mercado do Banco Société Génélare, Rodrigo Costa, isso não significa que o mercado terá uma sobra grande, mas que pode sim haver um quadro de equilíbrio entre a oferta e a demanda mundial.
Especialistas no Brasil e cafeicultores, por sua vez, acreditam em colheita de no máximo 45 milhões de sacas neste ano devido as intempéries climáticas de 2014. A Fundação Procafé, por exemplo, em sua estimativa mais recente apontou colheita máxima de 43,3 milhões de sacas.
Estimativa IBGE
Foi divulgado nesta quinta-feira (12), o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com os dados compilados pelo Instituto, a produção de café nesta temporada deve ser de 42,4 milhões de sacas de 60 kg com uma redução de 6,1% em relação a 2014.
O volume colhido de arábica deve alcançar 31,4 milhões de sacas com uma redução de 1,8% em relação a 2014. A produlção da variedade no ano passado caiu forte devido as intempéries climáticas. Este ano, as chuvas retornaram a algumas regiões produtoras, mas ainda estão abaixo das médias históricas.
Já a produção de robusta deve alcançar 11 milhões de sacas com uma redução de 16,6% frente o ano anterior. A estiagem no Espírito Santo é apontada como principal fator para a queda na produção.
Mercado interno
No Brasil, as oscilações externas não tiveram tanta influência e segundo Marcus Magalhães, as praças registraram dia lento e com preços sustentados.
O tipo cereja descascado teve maior valor de negociação na cidade de Guaxupé-MG com saca cotada a R$ 507,00 - estável. A variação mais expressiva no dia ocorreu em Poços de Caldas-MG com baixa de 2,35% e saca cotada a R$ 457,00.
O tipo 4/5 tabmém teve maior valor de negociação em Guaxupé-MG com R$ 507,00 - estável. A maior oscilação foi em Poços de Caldas-MG com recuo de 2,25% e saca cotada a R$ 434,00.
O tipo 6 duro teve maior valor em 4 cidades com R$ 450,00 a saca, Araguarí-MG: -4,26%, Franca/SP: estável, Guaxupé-MG: estável e Patrocínio-MG: +2,27%. A maior variação no dia foi em Araguarí-MG.
Na segunda-feira (11), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 registrou desvalorização de 0,88% e a saca de 60 kg está cotada a R$ 426,87.