Café: mercado vira em NY e cotações voltam a cair

Publicado em 06/06/2014 10:46

O café arábica negociado na Bolsa de Nova Iorque registra cotações em queda na manhã desta sexta-feira(06) depois de iniciar a sessão com altas em torno de 200 pontos numa tentativa de buscar a consolidação dos preços depois das recentes volatilidades. Por volta das 10h50 (Brasília) os contratos com vencimento em julho/2014 operavam a 168,35 centavos de dólar por libra-peso, com queda de 80 pontos em relação ao fechamento anterior. Setembro/2014 trabalhava a 170,85 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 80 pontos e dezembro subia 90 pontos cotado a 174,15 centavos de dólar por libra peso. 

A notícia de que a produção registrada de café da Colômbia cresceu em 30% nos últimos doze meses (junho de 2013 a maio de 2014), chegando a 11,5 milhões de sacas de 60 quilos em comparação com as 8,8 milhões no mesmo período do ano anterior ajuda a deixar o mercado mais calmo. O aumento foi resultado de melhores condições e estado dos cafezais colombianos.
  
 E não foi só  a produção que aumentou, o volume de exportações de café da Colômbia também teve alta significativa. Durante os últimos doze meses, as vendas externas superaram as 10,5 milhões de sacas, 31% a mais que as 8,1 milhões de sacas exportadas no mesmo período do ano anterior.

Além do melhor desempenho da safra colombiana, a evolução da colheita no Brasil também continua a ser um fator baixista.  

No entanto, analistas de mercado afirmam que os fundamentos para a commodity ainda são altistas. Além das perdas provocadas pela seca na safra brasileira de café arábica, meteorologistas já anunciam que a ocorrência de um El Niño terá um efeito severo nos principais países produtores, como Vietnã, Indonésia, Colômbia e países da América Central. Clique aqui para ler mais sobre o efeito do El Niño sobre o café.


Cenário altista
O corretor de café Fabiano Teixeira Odebrecht afirma que, mesmo diante dos recuos nos preços registrados nos últimos dias, o cenário é positivo para os preços. “Eu sou altista, acho que os preços irão subir... Recebemos diariamente relatos de cafeicultores que citam fortes quebras em lavouras de Minas Gerais e São Paulo. Acho que os preços já deveriam estar subindo”.

Odebrecht afirma ainda que as notícias da chegada de uma frente fria e chuvas em Minas Gerais não deveriam ser vistas como um fator positivo para a produção, embora algumas agências internacionais citem as chuvas como um “alívio” para a cafeicultura brasileira, que foi castigada pela seca. “O que era para ser perdido na produção de café, já foi. Não adianta chover mais, pois as chuvas só irão prejudicar as colheitas”.

A Volcafe, divisão de café da trading de commodities ED&F Man, manteve sua previsão para a safra brasileira 2013/14 em 45,5 milhões de sacas em seu relatório de maio, divulgado na última segunda-feira. O volume está bem abaixo do estimado pela trading Mercon na última semana de maio (50,5 milhões de sacas) e pelo USDA (49,5 milhões de sacas).


    
 

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Fonte: Notícias Agrícolas

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