EUA criaram bem menos empregos no ano até março de 2024 do que o divulgado anteriormente
(Reuters) - Os empregadores norte-americanos criaram muito menos empregos do que o originalmente divulgado no ano até março, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta-feira, ponde em evidência as preocupações crescentes do Federal Reserve sobre o estado do mercado de trabalho, enquanto se prepara para começar a cortar os juros em setembro.
A estimativa para o total de empregos criados no período de abril de 2023 a março de 2024 foi reduzida em 818.000.
O número nitidamente mais baixo é a primeira de duas revisões anuais de "referência" realizadas pelo departamento, conforme ele coleta dados mais precisos disponibilizados apenas nos meses seguinte à publicação do seu relatório mensal.
Se a contagem se mantiver até a revisão final em fevereiro, será a maior revisão para baixo desde a redução de 902.000 empregos em março de 2009.
Isso também está de acordo com a opinião de alguns economistas de que os problemas de coleta de dados significam que os fortes ganhos de emprego têm sido sistematicamente superestimados, enquanto o recente aumento do desemprego pode estar exagerando o grau de arrefecimento.
A revisão representou uma mudança para baixo no total de empregos de cerca de 0,5%.
O total de empregos no setor privado foi revisado para baixo em 819.000, ou 0,6% abaixo do que havia sido estimado anteriormente pelo departamento. Os dados de emprego no governo permaneceram basicamente inalterados.
A categoria de serviços profissionais e empresariais registrou a maior redução na estimativa de empregos, com 358.000, ou 1,6%, em relação à estimativa anterior, seguida pela categoria de lazer e hospitalidade, com 150.000 empregos a menos, uma queda de 0,9%. O setor manufatureiro, que sofre grande pressão, registrou uma redução de 115.000 empregos, também de 0,9%.
As autoridades do Fed poderão levar em conta a indicação de que o mercado de trabalho foi mais brando do que se pensava anteriormente ao avaliarem o ritmo das reduções de juros após o corte inicial amplamente esperado em sua reunião de 17 e 18 de setembro.
O banco central dos EUA tem mantido sua taxa de juros na faixa atual de 5,25% a 5,50% por mais de um ano, tendo-a elevado em 525 pontos-base em 2022 e 2023 para reprimir a inflação elevada.
(Por Lindsay Dunsmuir)