Período de chuva causa prejuízos em lavouras de Santa Catarina
Além dos impactos de enchentes e deslizamentos em cidades e rodovias de Santa Catarina, o volume elevado de chuva e a ausência de luminosidade entre outubro e novembro afetaram diretamente asproduções agrícolas do Estado, principalmente as culturas deinverno e feijão. Os estragos ainda estão sendo contabilizados pelas entidades, mas, caso a instabilidade permaneça até o fim deste mês, a previsão é que os danos aumentem e afetem as produções de fim de ano, encarecendo produtos para 2016.
A Cravil, cooperativa do Alto Vale do Itajaí — umas das regiões mais afetadas —, já calcula um prejuízo econômico de aproximadamente R$ 180 milhões na somatória das perdas e dos custos de replantio. O cultivo que mais sofreu foi o da cebola (R$ 88,5 milhões), seguido por milho (R$ 12,7 milhões) e tabaco (R$ 11,8 milhões). O mais grave, segundo a entidade, foi o comprometimento de 100% das áreas de trigo e feijão, que estarão fora do padrão de qualidade do mercado.
No cenário estadual, o Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) estima prejuízos de 40% a 50% nas plantações de trigo, sobretudo nas regiões Oeste, Extremo-Oeste e Planalto Norte, que já vinham debilitadas por conta do granizo e da geada de setembro.
Previsão de aumento no preço da cebola
No município de Guatambu, próximo a Chapecó, o agricultor José Cadore é dono de uma lavoura de 45 hectares — 10 deles destinados ao plantio de trigo. Em anos anteriores, ele afirma ter conseguido colher 60 sacas do grão por hectare, mas, depois das semanas de chuva constante, espera obter somente 10.
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