Secretaria de Agricultura detecta aumento dos preços dos Fertilizantes em 2015

Publicado em 15/07/2015 09:25

No Brasil, as entregas de fertilizantes ao consumidor final, nos cinco primeiros meses de 2015, totalizaram 9.044 mil t de produto, com retração de 12%, em relação ao mesmo período de 2014. Em termos de nutrientes (N, P2O5 e K2O), foram entregues 3.826 mil t, com queda de 14,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse declínio pode ser explicado pela menor antecipação de compras pelos agricultores para a safra 2015/16, especialmente para soja; aumento nos preços pagos pelos agricultores; elevação da taxa de juros básico da economia e queda dos preços recebidos pelos agricultores para algumas culturas, como o algodão, informa a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta). 

No período de janeiro a maio de 2015, ocorreu retração nas vendas em todas as regiões brasileiras, especialmente no Norte/Nordeste, cujas entregas de fertilizantes encolheram 16,7%, em relação ao mesmo período de 2014. Na sequência vem o Centro-Oeste com - 12,4%, o Sul com - 10,9%  e  o Sudeste, fechando a lista com queda de 9,6. “O Estado do Mato Grosso, maior produtor nacional de soja e de algodão, liderou o ranking nas entregas (1.730 mil toneladas de produtos), sendo responsável por 19,1% do total nacional. As vendas nesse estado contabilizaram decréscimo de 18,5%, quando comparadas com igual período do ano anterior. O segundo lugar, em participação na quantidade vendida, foi ocupado pelo Estado do Paraná com 1.361 mil t. São Paulo e Goiás com 1.136 mil e 1.003 mil t, respectivamente, sucedem-se no ranking dos maiores compradores” afirmam Celia Roncato Ferreira e Celso Vegro, pesquisadores do IEA. 

O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, destaca a importância da análise do mercado de fertilizantes como instrumento importante para a cadeia do agronegócio, tanto produtores quanto a indústria, para otimização de suas ações.  “O governador Geraldo Alckmin sempre recomenda que possamos ser parceiros do agronegócio. Esses estudos vão ao encontro disso, pois possibilita direcionamentos para que se tenha mais eficiência na cadeia produtiva”, destacou 

Segundo estimativas da ANDA, a soja é a principal cultura demandante de fertilizantes no Brasil, apresentando em 2014 incremento nas entregas de 9,2% em relação ao ano anterior, totalizando 13.028 mil t de produto (40,4% do total nacional). Ademais, constatou-se, no referido período, expansão nas entregas para diversas culturas, como: trigo (20,6%), café (11,4%) e algodão herbáceo (6,1%). Também, houve aumento para: pastagens (11,7%), reflorestamento (6,8%) e feijão (2,0%). Em contrapartida, registrou-se queda nas entregas para várias culturas, como: cana-de-açúcar (-3,7%), arroz (-2,8%), milho (-0,7%) e laranja (-0,4%). 

Para a maioria dos estados brasileiros, observou-se aumento na comercialização de fertilizantes em 2014. O Estado do Mato Grosso liderou as entregas com 5.844 mil de t de produto (aumento de 6,6% em relação ao ano anterior); representando 18,1% das entregas totais, seguido pelo Rio Grande do Sul (12,6%), Paraná (12,3%), São Paulo (11,9%), Minas Gerais (11,5%), Goiás (9,2%) e Bahia (6,5%) (Tabela 1). Ressalte-se que os estados acima mencionados apresentaram aumento nas vendas em 2014, em relação ao ano anterior, com exceção de São Paulo, que registrou queda de 1,4%, fato influenciado pela estiagem registrada em 2014. 

A previsão para o mercado de fertilizantes para 2015 é de retração na demanda, em relação a 2014. Consulta junto aos informantes atuantes no segmento, estima-se que as entregas de fertilizantes ao consumidor final no Brasil devem fechar 2015 com a comercialização em cerca de 31,7 milhões de t de produto, quantidade 1,5% abaixo da atingida em 2014, que foi de 32,2 milhões de t, porém superior à observada em todos os anos precedentes. 

Para a safra 2015/16, há previsão de aumento dos custos de produção para os agricultores, tendo em vista a elevação dos preços de insumos agrícolas, dependentes de importações, dentre eles os fertilizantes, aliado à elevação das taxas de juros praticadas pelo crédito rural conforme estabeleceu o novo Plano Safra. 

Para ler o artigo na íntegra e consultar as tabelas, clique aqui. 

Fonte: IEA/Apta

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