Cooperação é aliada na retomada econômica pós-pandemia, por Lotário Luiz Dierings
O novo coronavírus trouxe mudanças no modo de vida e impactos na economia global. As consequências da crise sanitária afetam diferentes países, estados e comunidades e nos propõe uma reflexão sobre as possíveis saídas para esse momento tão desafiador. Parte das soluções para um novo mundo já está sendo apresentada com iniciativas que contemplam desenvolvimento sustentável, economia colaborativa e solidariedade.
Esses três princípios, apesar de atuais, não são novidade no Brasil. Há mais de um século, instituições cooperativas atuam com base na colaboração, inclusão e desenvolvimento das comunidades. Com início em Nova Petrópolis, na Serra Gaúcha, a primeira cooperativa de crédito da América Latina foi fundada por iniciativa do padre suíço Theodor Amstad, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social da localidade.
Inspiradas no ideal dos fundadores, cooperativas que integram o sistema pioneiro, como a Sicredi Iguaçu PR/SC/SP, realizam suas ações visando crescimento do associado, que é também dono do negócio, a geração de renda e o desenvolvimento das comunidades. O ciclo virtuoso possibilita que os recursos gerados sejam reinvestidos nas áreas de atuação de cada cooperativa. Princípios básicos e seculares do cooperativismo que estão constantemente se adequando às atuais necessidades da sociedade.
Várias ações desenvolvidas estão conectadas à agenda moderna da Organização das Nações Unidas (ONU), com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). As iniciativas de inclusão e educação financeira, os projetos para fomento de liderança feminina e jovem, e programas para o crescimento sustentável demonstram que, para além da geração de renda, da expansão e da apresentação de soluções financeiras adequadas, o Sicredi e suas cooperativas trabalham pelo coletivo com ações que trazem benefícios diretos para o maior número de pessoas
Esse impacto positivo foi demonstrado recentemente em pesquisa realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). O levantamento avaliou dados econômicos de cidades brasileiras entre 1994 e 2017, e concluiu que o cooperativismo incrementa em 5,6% o Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos municípios, cria mais vagas de trabalho formal (6,2%) e estimula o empreendedorismo com acréscimo de 15,7% de estabelecimentos comerciais.
Com todas essas ações e resultados positivos, o cooperativismo tem demonstrado, ao longo do tempo, que a colaboração e a solidariedade são saídas possíveis para o desenvolvimento das comunidades. Em períodos de crise como o que estamos vivendo, esses princípios ficam ainda mais fortes, refletindo que conceitos trazidos para o Brasil, há mais de 100 anos, estão atuais do que nunca.