Climatismo: Declaração final da COP de Madri foi uma capitulação do Brasil, Antonio Fernando Pinheiro Pedro
A conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 25, terminou neste domingo (15 de dezembro), em Madri, com os quase 200 países participantes concordando em apresentar "compromissos mais ambiciosos" para reduzir as emissões de gases poluentes.
Mas os detalhes sobre como isso será feito serão acertados somente na próxima cúpula, realizada em Glasgow, na Escócia, em novembro de 2020.
Uma das decisões mais esperadas, a regulamentação do mercado de carbono também ficou para o ano que vem.
Após várias tentativas, os países acordaram com uma declaração final na Conferência dos Países Parte do Tratado de Mudanças Climáticas. Essa declaração, no entanto, contradiz toda a política soberanista pretendida pelo Brasil em relação à política do Clima.
Sobre essa questão, gravei um vídeo, analisando pontos da declaração.
Para assistir o vídeo, clique aqui:
Depois de quase dois dias de atraso, os representantes conseguiram fechar um texto no qual se comprometeram a evitar que a temperatura média do planeta suba 1,5° C neste século – em relação aos níveis pré-industriais. Delegações prometeram ampliar a mobilização global e adotar metas mais rígidas.
O conhecimento científico será "o eixo principal" que deve orientar as decisões climáticas dos países para aumentar sua ambição, que deve ser constantemente atualizada de acordo com os avanços da ciência.
A Declaração, no entanto, representou uma capitulação da posição do governo brasileiro em relação ao globalismo climatista.
Na declaração, o Brasil concorda com o império das conclusões "consensuais" do painel científico intergovernamental, adota a IDEOLOGIA DE GÊNERO como meta a ser implementada, permite que se debata especificamente o uso do Mar Territorial e da costa brasileira no contexto do clima e permite que se descarte, pura e simplesmente, os avanços quanto à atribuição de terras à preservação ambiental - nosso grande trunfo, retirando o assunto do âmbito do Acordo de Paris e de Kioto.
A desvinculação da mudança do uso do solo, dos objetivos do acordo de Paris - visando evitar "duplo ganho", afeta o Brasil diretamente. Faz tábula rasa de tudo o que foi mantido até aqui e zera o marcador para imposição de novas medidas de mitigação.
Impressionante a necessidade ideológica de se afirmar a ação de mitigação quanto a emissões de GEEs nas atividades humanas como determinante para atender "à emergência climática"...
Em suma, saímos da 25a Conferência das Partes DERROTADOS.
É certo que a capitulação não ocorreu sem uma batalha. O Brasil protagonizou um dos principais impasses do último dia de COP 25 e ajudou a travar a assinatura do documento final. Os representantes brasileiros tentaram retirar um artigo que reconhece a importância dos oceanos e os impactos do uso da terra nas mudanças climáticas. Porém, no fim, o país aderiu à maioria, pressionado por Chile, Rússia, Argentina, Austrália, Tuvalu e Belize, além da União Europeia.
Segundo fontes da agência Reuters, os maiores poluidores do mundo não demonstraram interesse em ampliar seus esforços e travaram as negociações. Estados Unidos, China, Índia, Arábia Saudita, Japão, Brasil e Austrália são apontados com alguns dos países dificultaram a inclusão de metas mais ambiciosas.
No Twitter, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que "a COP 25 não deu em nada". "Países ricos não querem abrir seus mercados de créditos de carbono. Exigem medidas e apontam o dedo para o resto do mundo, sem cerimônia, mas na hora de colocar a mão no bolso, eles não querem", afirma Salles, cuja atuação na COP 25 se concentrou em pedir recursos dos países ricos para preservação no Brasil.
Síntese do evento: fracasso climatista e derrota brasileira.
Precisamos, efetivamente, mudar nossa postura de ceder nos eventos internacionais. Hora de marcar posição firme e independente.