Citricultura: Medidas do Mapa e do CMN não se encaixam no cenário atual

Publicado em 09/08/2012 15:24 e atualizado em 03/03/2020 06:22
Por Paulo Celso Biasioli, engenheiro de alimentos da Alicitros (Associação de Citricultores da Região de Limeira).
MAIS DE BRASÍLIA
Todas as medidas que o governo federal via Ministério da Agricultura e CMN anunciou para amenizar o status atual do negócio não encaixaram direito no ambiente dos negócios desta safra.
Existem muitas dúvidas no tal preço mínimo e outras ações paliativas.

Não houve (e nem sei se haverá!) uma explicação clara e objetiva da resolução publicada em 2 de agosto passado (RESOLUÇÃO BACEN Nº 4.118).

Entre algumas incertezas fica claro que quem renegociar eventuais dívidas assumidas, fica impedido de tomar empréstimos até a data final da prorrogação (2.013).

E até lá, fica a pergunta; como sobreviver no ambiente pessimista de hoje? 
OUTRAS DÚVIDAS
Como será praticado o dito “preço mínimo”? Quem entra nesta, qual o universo que será atendido? De que forma e qual o critério que isso será operacionalizado?
Garantir complementação de mais R$ 3,10 por caixa é democrático? Os R$ 120.000,00 disponíveis são ou serão suficientes para as angústias?
E quem já tem contratos anteriores abaixo de R$ 10,10?
TAMBÉM QUERO mais 3 reais, ora bolas!!

FRIAMENTE
Volto a um tema já citado: “nunca na história deste país” (arh!) tivemos em dolares, valores de preço de suco concentrado em níveis tão altos como tivemos por períodos longos e nem tampouco, preços para caixa de fruta ao redor de USD 5,00 como praticados na média recente e, no entanto, nunca estivemos tão encrencados como agora!
É preciso que cada industrial e cada citricultor repense seu negócio, sua produtividade, seus custos e projetos.

O que vem pela frente com certeza será diferente dos ambientes em que convivemos no passado.
Por tudo isso e pelo atual momento, o CONSECITRUS precisa ser construido com uma mentalidade aberta e honesta.
Aliás, temos que começar sua construção já; será muito ruim se um dia precisarmos reconstruir o negócio como um hospital que se começa construir pela UTI.

PARA SABER
Continua na berlinda e carecendo de ações políticas fortes, o projeto de distribuição via escolas públicas, de suco concentrado para a garotada.
O projeto, bem encaminhado, visa escoar o produto internamente, desenvolver hábito e demanda interna e, sobretudo distribuir vitamina C às novas gerações.
Parou por quê? Por que parou?

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Fonte: Alicitros

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