Açúcar recua mais de 3% na Bolsa de Nova York nesta 5ª feira seguindo baixas do petróleo

Publicado em 30/11/2023 16:23
Reunião da Opep+ no dia trouxe importantes decisões relacionadas ao complexo energético, o que pesou para o adoçante nas bolsas externas, já que não há forte sustentação nos fundamentos neste momento
Lívea Coda - Analista de Açúcar e Etanol da Hedge Point Global Markets
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Açúcar recua mais de 3% na Bolsa de Nova York nesta 5ª feira seguindo baixas do petróleo

 

Os contratos futuros do açúcar encerraram a sessão desta quinta-feira (30) com perdas expressivas nas bolsas de Nova York e Londres. O principal fator de pressão veio das quedas do petróleo no dia depois da reunião de definição de produção da Opep+.

O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve desvalorização de 3,05%, a 26,04 cents/lb, com máxima em 26,85 cents/lb e mínima de 25,90 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato teve queda de 2,40%, negociado a US$ 717,10 a tonelada.

"A gente teve algumas decisões importantes relacionadas ao complexo energético, inclusive o Brasil entrando para o grupo. Tudo isso levou a essa redução de preço do açúcar, que já não tem uma sustentação forte em termos de fundamentos", explica Lívea Coda, analista da Hedge Point Global Markets.

O petróleo registrou queda de cerca de 2,50% nas bolsas internacionais no dia depois da reunião da Opep+. As oscilações do óleo bruto tendem a impactar na decisão de produção das usinas, se serão mais voltadas para o açúcar ou para o biocombustível etanol.

Também ainda permeiam o mercado os dados de avanço da safra 2023/24 do Centro-Sul apontados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) nesta semana referentes à primeira quinzena do mês de novembro.

A produção de açúcar na primeira metade de novembro totalizou 2,19 milhões de toneladas, segundo a entidade da indústria. Essa quantidade, quando comparada àquela registrada na safra 22/23 de 1,67 milhão de t, representa aumento de 32,09%.

Uma pesquisa de analistas realizada pela S&P Global Commodity Insights apontava moagem de 2,15 milhões de t para o período.

No financeiro, o mercado também sentiu pressão da alta do dólar sobre o real, que impacta diretamente nas exportações.

MERCADO INTERNO

O mercado brasileiro testa recuperação depois de quedas fortes ao longo do mês. No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, ficou a R$ 155,20 a saca de 50 kg com valorização de 0,69%.

Nas regiões Norte e Nordeste, o açúcar ficou cotado a R$ 154,04 a saca - estável, segundo dados coletados pela consultoria Datagro. Já o açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 28,12 c/lb com desvalorização de 0,77%.

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