Cana: Começa a se confirmar pior cenário de quebra com seca de 90 anos e geadas, diz Orplana
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Entrevista com Denis Arroyo Alves - Diretor Executivo da ORPLANA sobre as Geadas na Cana-de-Açúcar
O pior cenário de perdas para a safra 2021/22 de cana-de-açúcar começa a ser desenhado no Brasil, depois de estiagem e geadas seguidas no Centro-Sul do Brasil. Com isso, a Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil), estima quebra de até 15%, para cerca de 530 milhões de toneladas.
"Nós estamos saindo de 605 milhões de t e indo para aproximadamente 530 milhões de t. O que a gente tem visto é uma garantia de todo o setor da cadeia produtiva em buscar aproveitar cada centímetro de terra com cana e nós vamos fazer uma colheita muito mais cuidadosa", diz Denis Arroyo Alves, diretor-executivo da Orplana.
Depois da pior seca em cerca de 90 anos no Centro-Sul, já com impacto na nova safra de cana, as lavouras da região registraram pelo menos quatro episódios de geadas neste mês de julho. A primeira foi moderada e generalizada, avançando até o Centro-Oeste. A segunda foi mais localizada sobre a região Sudeste.
O monitoramento desse último registro de geada ainda é monitorado, segundo a Orplana. "Para saber o impacto, ainda é cedo. A gente precisa de pelo menos uns 15 dias para que a gente consiga verificar o dano que foi realmente causado, mas pelas imagens iniciais vemos que realmente tem um impacto ali", afirma Alves.
"A questão de planejamento de safra agora tem que ser toda repensada, dependendo da intensidade da geada que o produtor da usina recebeu. Você precisa tirar essa cana que teve morte de gema apical o quanto antes, porque ele apodrece e começa até a ter comprometimento da safra que vem", alerta o executivo.
O mercado também já acompanha as previsões de novas geadas para o Centro-Sul.