Mesmo variedades de cana campeãs da Ridesa ainda têm potencial de melhoramento por até 10 gerações
O coordenador de Melhoramento Genético da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa), Hermann Hoffmann, conversou com o Notícias Agrícolas nesta segunda-feira (08) para traçar um panorama de como se encontram as pesquisas relacionadas às novas variedades de cana de açúcar, bem como outras questões relacionadas ao setor sucroenergético no Brasil.
Ele conta que a Ridesa deve manter a liderança dentre as novas variedades que estão indo para o campo na próxima safra. Variedades como a RB966928 e outras mais antigas continuam sendo plantadas, embora exista também um apelo grande nas pesquisas pela busca de novas variedades que ofereçam uma maior produtividade.
A tendência, assim, é que haja uma mudança no perfil de variedades daqui para a frente. A Ridesa congrega 10 centros de pesquisa de Universidades Federais. Todas as Universidades, em conjunto, possuem de 15 a 20 variedades para apresentar ao setor produtivo em 2018. Somente na Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), onde está localizado Hoffmann, são quatro variedades a serem distribuídas para as usinas e setores conveniados.
Essas variedades são tanto ecléticas, podendo ser plantadas em ambientes variados, quanto específicas, produzidas para um determinado ambiente. Ele conta que o melhoramento genético pode ter ganhos em até 10 gerações de cana de açúcar - o que resultaria em ganhos com o material já existente durante 70 a 100 anos.
O desafio de produção, neste momento, é uma variedade de cana resistente à geada. Os pesquisadores já conseguiram, contudo, ganhos expressivos de precocidade - há safras começando no mês de março devido ao potencial de acúmulo de sacarose das variedades mais precoces.
Essas novas variedades, focadas no aumento de produtividade, também vêm ao encontro dos objetivos a serem alcançados com o plano estabelecido no RenovaBio, do Governo Federal.
Em conjunto com diversas empresas, a Ridesa faz ações de introdução de materiais e experimentações, estando constantemente aberta para realizar novos contratos para que empresas produzam os materiais desenvolvidos.
Acompanhe a entrevista completa com Hoffmann no vídeo acima.