Produtores vão assumir massa falida da Usina Pau D’Alho (SP) e pretendem retomar a moagem em abril de 2018

Publicado em 19/12/2017 09:21
Juiz aceitou os termos do acordo com credores dos antigos donos e vai homologá-lo após o recesso. Oferta de cana da unidade (a ser rebatizada), em Ibirarema, com capacidade para 2 mi/t está assegurada, com cana dos três sócios e da Associação Rural dos Fornecedores e Plantadores de Cana da Média Sorocabana.

Juntamente com dois associados da Associação Rural dos Fornecedores e Plantadores de Cana da Média Sorocabana (Assocana), o presidente Sylvio Ribeiro do Valle irá reativar uma unidade produtiva que estava em falência: a Usina Pau D'Alho, localizada em Ibirarema (SP).

Foram comprados os direitos dessa Usina e, agora, está para sair uma decisão judicial para que a operação comece a ser efetiva a partir do ano de 2018. Já há alguns grupos interessados no trabalho e, em breve, deve ser feito o anúncio do novo nome.

Também será implementado um sistema moderno e uma filosofia de integração do produtor com a usina inspirada na Austrália, que se preocupa com a saúde financeira do produtor de cana.

Nessa semana, alguns modelos de contrato já estão rodando com gestores que irão entrar na fase de recuperação. Em janeiro, a recuperação deverá ter início para que a usina já esteja moendo na safra 2018/19.

"Nós temos cana e os fornecedores estão com a gente. Vamos recompensar essa unidade com uma gestão diferenciada", disse Valle.

Brasil deve produzir menos cana em 2017/18, mas ATR ajuda produção de açúcar e etanol

SÃO PAULO (Reuters) - A safra de cana 2017/18 do Brasil, em fase final de colheita, deverá ser menor que a inicialmente prevista, mas a produção de açúcar e etanol tende a avançar ante o esperado anteriormente graças a elevados níveis de sacarose no centro-sul, principal região canavieira do país.

De acordo com o terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a cultura, o Brasil deverá produzir no atual ciclo 635,6 milhões de toneladas de cana, ante 646,34 milhões previstas em agosto e 657,18 milhões em 2016/17.

Do total, 588,75 milhões de toneladas são esperadas no centro-sul e outras 46,85 milhões de toneladas no Norte-Nordeste.

"Mesmo com a expectativa de melhoria das condições climáticas para essa safra, a intensidade na redução de área, observada nos principais estados produtores da região centro-sul, será responsável pela expectativa de menor produção, quando se compara com o período anterior", afirmou a Conab, em relatório.

Segundo a companhia, os canaviais deverão ocupar 8,74 milhões de hectares, queda de 3,4 por cento ante 2016/17, em razão de troca ou mesmo desistência do cultivo, além dos problemas financeiros enfrentados por várias usinas e destilarias.

MAIS PRODUTOS

A perda em moagem, contudo, não se refletirá na fabricação de açúcar e etanol do Brasil, maior player global do setor sucroenergético.

Conforme a Conab, a produção de açúcar no país em 2017/18 deve alcançar um novo recorde de 39,46 milhões de toneladas, alta ante a previsão anterior (39,39 milhões de toneladas) e um aumento de 2 por cento frente a temporada passada.

Já a produção de etanol deverá somar 27,04 bilhões de litros, alta expressiva ante os 26,11 bilhões considerados em agosto, reflexo da maior competitividade do biocombustível desde então, mas ainda assim uma queda de 2,7 por cento na comparação com o ciclo anterior, quando maior oferta de matéria-prima foi destinada ao álcool.

Para a Conab, a revisão para cima nas estimativas de produção de açúcar e etanol é resultado do maior nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) no centro-sul, que passou de 134 kg por tonelada projetados em agosto para 139 kg agora.

O ATR mede basicamente a quantidade de sacarose nas plantas.

"O aumento do ATR em relação ao levantamento passado tem relação com o clima durante a colheita. Apesar do outono de 2017 ter sido mais chuvoso que o outono de 2016, o inverno de 2017 foi mais seco na região produtora, o que favoreceu o acúmulo de ATR", explicou a Conab.

Já no Nordeste, o maior volume de chuva no outono tem favorecido uma maior produtividade da cana, com ATR próximo do normal para a região, alcançando 130,6 kg/t, mas ainda inferior à safra passada (135,1 kg/t).

Por: Giovanni Lorenzon e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas/Reuters

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