Preços internacionais do açúcar moeram a receita das indústrias, mas gargalos na eficiência e custos em mais 27% também ajudaram
Júlio Borges, sócio-diretor da JOB Economia e Planejamento, destaca que o mercado sucroenergético enfrentou uma "mudança muito forte e muito rápida, não prevista" nos últimos meses.
Até outubro de 2015, os preços estavam abaixo, com usinas em "situação lamentável". Após, o mercado se recuperou de forma rápida, sobretudo nos preços para o açúcar. Contudo, a partir da última safra, o excesso de oferta global de açúcar fez com que os preços voltassem novamente a patamares mais baixos, para ambos os produtos do mix.
Segundo Borges, o preço médio do açúcar está 20% abaixo do preço médio da safra passada no mesmo período, valor que não remunera a totalidade da depreciação e das despesas de produção. Para o etanol, os preços estão em torno de 9%.
Ele avalia que este excesso de oferta na produção a nível global já era previsto, mas que a velocidade no ajuste dos preços pegou o setor de surpresa.
Além disso, o sócio-diretor também aponta para a necessidade de uma estabilidade econômica e financeira para o setor antes do estabelecimento de um programa econômico como o RenovaBio. Para ele, a eficiência econômica é necessária para que o Brasil não perca competitivdade na cana de açúcar a nível nacional.