Com capacidade produtiva ainda comprometida pela crise, setor sucroenergético perde oportunidade com cenário favorável de preços

Publicado em 03/02/2017 13:24
Setor sucroenergético se recupera da crise com melhores cotações do açúcar e nova política de preços para o etanol mas perde oportunidades de negócios com produção abaixo do potencial
Confira a entrevista de Dib Nunes - Grupo Idea

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Setor Sucroenergético busca recuperação, mas está aquém da capacidade produtiva e poderia aproveitar melhor as oportunidades de mercado com açúcar e e

 

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No último ano, o setor sucroenergético apresentou uma recuperação nos preços internacionais para o açúcar, bem como uma recuperação dos preços do etanol no mercado interno.

Dib Nunes, do Grupo Idea, aponta que "estamos vivendo um momento de alívio depois de seis anos de chumbo" que levaram o setor a uma situação com grandes dificuldades, sobretudo no que diz respeito à intervenção do Governo nos preços do etanol.

O etanol, cuja produção está 90% concentrada no Brasil, teve seus preços praticamente congelados nos últimos anos, gerando poucas margens para as usinas, que ao mesmo tempo, tinham que realizar reajustes em insumos, mão-de-obra e em todo o sistema produtivo. De acordo com Nunes, em muitos momentos o etanol foi vendido abaixo do custo de produção, o que gerou inadimplência e muitas usinas com endividamento elevado.

A partir de agora, com uma nova política na Petrobrás, as empresas começam a "respirar algumas margens", aponta Nunes, que ainda não são elevadas, mas já geram um certo alívio para o setor.

São 380 unidades ativas de produção no Brasil, mas anteriormente, este número era de 443. O país já chegou a produzir 70 milhões de toneladas de açúcar, mas atualmente produz 37 milhões de toneladas. Para o etanol, a comparação também ocorre: de 32 bilhões de litros para 27 bilhões de litros.

Ele lembra que 45% da produção mundial de açúcar é exportada pelo Brasil e que a outra parte é consumida aqui. "Somos dependentes da exportação", atesta. Para 2030, há uma previsão de que o Brasil possa consumir até 15 milhões de toneladas de açúcar, logo, a produção teria que crescer para atender essa demanda. A estimativa também é de que o país possa suprir 50% do mercado mundial.

Nunes destaca que os fornecedores de cana, que são mais de 70 mil no Brasil, voltaram a ter margens e "estão tendo um ano novo". Logo, à medida em que forem recebendo os resultados da safra, o investimento será maior.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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