Com aumento no consumo e melhores preços, safra do Brasil deve ser mais alcooleira do que açucareira

Publicado em 11/06/2015 09:40
Sucroenergético: Com consumo maior no Brasil diante dos altos preços da gasolina, mercado do etanol avança e já indica uma safra mais alcooleira do que açucareira no país. Açúcar subsidiado da Tailândia inunda o mercado internacional e produto brasileiro perde competitividade. Mercado interno, agora, paga mais do que a exportação.

O aumento de 30% no consumo de etanol, devido a elevação nos preços da gasolina, tem dado fôlego à indústria que vive uma das maiores crises da história.

A demanda aquecida também tem dado suporte para os preços que trabalham na casa do R$ 1,18 a R$ 1,20 por litro na usina. Com disso, João Oswaldo Baggio, diretor presidente da G7 Agrocommodities acredita que nessa safra deveremos ter um mercado mais alcooleiro.

De acordo com a União da Indústria de Cana de Açúcar (Unica), o volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da região Centro-Sul do Brasil atingiu 40,1 milhões de toneladas na segunda quinzena de maio, valor 5,53% superior ao montante registrado no mesmo período de 2014 (38 milhões de toneladas).

"Neste ano devemos ter um aumento de 2% a 3% com relação ao total moído no ano passado", afirma Baggio.

 

Açúcar

O mercado mundial de açúcar também tem sofrido depreciação nos preços, devido às ações da Tailândia com açúcar subsidiado. "Hoje o açúcar remunera mais no mercado interno do que externo", destaca o presidente.

A Bolsa de Nova Iorque (NYBOT) opera em torno dos US$ 12,01 cents/lb, contra uma média histórica de US$ 14 cents/lb. Esse excedente de produtos no mercado externo, também tem prejudicado as exportações do Brasil, que é o maior produtor mundial de açúcar.

"As usinas estão apenas cumprindo contratos, mas não realizando novos contratos em função desses preços deprimidos", declara Baggio.

De acordo com ele, o Brasil irá recorrer junto a Organização Mundial do Comércio (OMC) para inverter os subsídios da Tailândia, e trazer novamente a estabilidade de oferta no mercado.

Por: Carla Mendes e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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