Soja: Na transição entre colheita nos EUA e plantio no BR, mercado exige mais estratégia do produtor
O mercado da soja na Bolsa de Chicago segue caminhando lateralizado, sem uma direção muito clara diante deste momento de transição entre a conclusão da safra norte-americana e a brasileira. "O foco da oferta está cada vez mais na safra do Brasil", explica o consultor de mercado da Roach Ag Marketing, Aaron Edwards, em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta terça-feira (31). Nos EUA, as atenções se voltam para os prêmios, logística, mas sem tazer grandes alterações nos preços.
Assim, o que os traders vão monitorar a partir de agora são as previsões climáticas, as condições que forem ou não se confirmando, além das revisões das estimativas que recebem sobre a produção do Brasil. "O que o mercado tenta conciliar agora são as projeções oficiais para a safra brasileira, tanto da Conab quanto do USDA, que são ambas acima de 160 milhões de toneladas. Será que isso vai se acontecer? Essa dúvida, por hora, tem nos trazido sustentação ao mercado (...) Então, pessoalmente não acredito que o mercado precificou ainda uma queda de produção", afirma o especialista.
Assim, com esta tendência ainda pouco definida, as estratégias por parte dos produtores brasileiros para capturar as oportunidades de comercialização que o mercado tende a oferecer daqui em diante.
"Lotes, provavelmente, têm que ser maiores e vendas têm que ser mais rápidas do que você tem trabalhado nos últimos anos. Eu também respeitaria muito o calendário (de vendas), dependendo de sua região. É preciso ter um limite para dizer até quando todo meu grão disponível estará vendido e também para as vendas que serão feitas antes da colheita. Objetivo de preço, de data, e ser disciplinado nisso. Este é um ano em que, muito possivelmente, você não vai conseguir aqueles objetivos maiores de preços, talvez eles não aconteçam e mesmo assim você precisa vender", diz Edwards.
Enquanto os vendedores estão desenhando suas estratégias, a demanda global por soja segue boa, presente, mas mais pulverizada entre os principais fornecedores mundiais, principalmente pelas perspectivas de uma safra ao menos regular vinda da América do Sul. Além disso, os compradores sabem das fragilidades que os países têm, incluindo os de logística.