Depois de superar os US$17/bushel, soja em Chicago entra numa espiral de queda e encerra a semana abaixo dos US$16/bushel
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Entrevista com Ginaldo de Sousa - Diretor Geral do Grupo Labhoro sobre o Fechamento de Mercado da Soja
Nesta sexta-feira (25), as cotações da soja na Bolsa de Chicago registraram mais um dia de baixas intensas e fecharam o pregão com perdas variando entre 56 e 71,25 pontos nos principais vencimentos e perdendo o patamar dos US$ 16,00 por bushel. O contrato maio ficou em US$ 15,84 e o julho com US$ 15,73 por bushel. "Foram grandes as emoções (nesta semana)", afirmou o diretor geral do Grupo Labhoro, Ginaldo Sousa, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
A semana foi, de fato, bastante volátil para os preços da soja na CBOT, os quais superaram os US$ 17,00 logo que foi autorizada pelo presidente Vladimir Putin a invasão da Rússia à Ucrânia, na quinta-feira (24). Na sequência, os futuros da oleaginosa entraram em uma espiral de perdas, no mesmo dia passou a realizar lucros, fechou no vermelho e hoje intensificou as quedas.
Segundo Sousa, o mercado começa a entender que o conflito pode ser mais curto do que o inicialmente esperado, e causar impactos menos agressivos do que o era possível em um quadro mais agressivo que poderia afetar o fornecimento de produtos pelos mercados russo e ucraniano.
A percepção estimulou uma venda generalizada de posições por parte dos fundos investidores - entre todos os grãos, soja e derivados - já que os mesmos estavam, como explicou o diretor da Labhoro, muito comprados e aproveitaram o momento e a disparada recente para realizarem lucros.
Ao lado das questões geopolíticas, o mercado também permanece atento às questões climáticas e as previsões mostrando algumas chuvas para a América do Sul, em especial a Argentina, nos próximos dias, o que ajudou a pressionar as cotações e a estimularem o movimento de venda pelos fundos.
"Não podemos esquecer que o mercado pode continuar caindo, tem possibilidade de já ter feito as altas, mas também tem a possibilidade de se recuperar lá na frente dependendo do clima que teremos para a Argentina", diz Sousa. As quebras no Brasil são bastante agressivas e, na Argentina, continuam se agravando e podem entregar uma oferta ainda menor do que o mercado já espera.
Olhando pela perspectiva da demanda, o executivo afirma que sua continuidade - mesmo que com volumes menores ou de forma um pouco mais lenta - continua sendo um fator importante de equilíbrio para as cotações e até mesmo de suporte para o mercado da soja.