Soja: Presença mais forte da China no Brasil faz com que exportações nacionais sejam recordes no acumulado do ano
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Entrevista com Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting sobre o Fechamento de Mercado da Soja
O mercado da soja fechou o pregão desta terça-feira (23) com estabilidade na Bolsa de Chicago e pequenas baixas sendo registradas nos principais vencimentos de pouco mais de 1 ponto. Foi um dia de poucos negócios, morno, típico do período que antecede o feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.
"Esse é um período em que as médias são as mais baixas historicamente e é um período de muita oferta de soja, de entrega de contrato pelos produtores, então tradicionalmente é um mercado fraco", explicou Vlamir Brandalizze.
Segundo o consultor da Brandalizze Consulting, o mercado precisa de mais novidades. Os traders passam a olhar mais para o desenvolvimento da safra da América do Sul, desviando seus olhos da conclusão da temporada americana. do mesmo modo, segue também mais travado diante da demanda chinesa acontecendo com compras da mão para a boca e também sem mostrar grandes novidades.
E embora a demanda chinesa se mostre mais tímida nos EUA agora, ela acontece com um pouco mais de força no Brasil, inclusive com forte procura para embarques ainda em dezembro e ajuda o Brasil a se destacar nas exportações da oleaginosa. "A presença mais forte da China aqui já fez com que nós batessemos recorde histórico nas exportações do complexo soja no acumulado do ano", explica o consultor.
E com essa procura ainda frequente dos chineses pela soja brasileira, os preços do produto, inclusive para a safra nova, ainda dão boas chances aos produtores. Nesta terça, o mercado trouxe indicativos de R$ 170,00 a R$ 172,00 por saca para o produto 2022/23. "As cotações são as melhores em meses e deverão ser até o ano que vem. O mercado brasileiro vinha com um ritmo lento de comercialização, evoluímos bem nos últimos dias e a maior parte dos negócios foi para a China".
Ainda segundo Brandalizze, apesar desse movimento mais lateral agora, os preços tendem a se segurar, pelo menos, acima dos US$ 12,50 por bushel na CBOT, principalmente diante dos altos custos já projetados para a safra 2022/23. "Não há muito como vender abaixo dos US$ 12,00 para o produtor americano, então o espaço é baixo para novas baixas fortes", diz.