Apesar da alta desta terça, soja em Chicago está tecnicamente com tendência de baixa e os US$12,50/bushel que era piso, vira teto para os preços
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Entrevista com Aaron Edwards - Consultor de Mercado da Roach Ag Marketing sobre o Fechamento de Mercado da Soja
Depois de operar com altas de dois dígitos, subindo mais de 1% entre os principais contratos negociados na Bolsa de Chicago, os futuros da soja terminaram o dia com ganhos de 6,50 a 8,50 pontos nos principais vencimentos. O contrato novembro/21 fechou com US$ 12,28 e o maio/22 com US$ 12,54 por bushel. Como explicou o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing, o patamar dos US$ 12,50 de piso passa a ser teto e o mercado precisa de novidades fortes o suficiente para reverter um viés de baixa que se apresenta, mesmo com pontuais altas que aparecem entre os pregões.
"O que pode mudar a opinião dos fundos para os especuladores voltarem a comprar mais ativamente é uma mudança na expectativa de demanda, com uma exportação mais acelerada para a China e demais países, ou uma dificuldade na produção que, nesta altura, provavelmente vem da América do Sul", diz.
Assim, por enquanto, pesam ainda sobre os preços fatores como o rápido plantio acontecendo no Brasil - com o segundo ritmo mais acelerado da história - e nem mesmo o alerta de um La Niña podendo, por mais um ano, comprometer a produção nacional ainda não é sentido no cenário internacional. E como lembrou Edwards, o sentimento do mercado em Chicago ainda é de uma safra recorde no Brasil, diante da projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de 144 milhões de toneladas.
No paralelo, a colheita acelerada acontecendo nos Estados Unidos também é fator de pressão, uma vez que poderia, inclusive, provocar uma revisão para cima nas estimativas da safra 2021/22 dos EUA pelo departamento americano e também influenciar na decisão de comercialização do produtor dos EUA.
Ao mesmo tempo, mas ainda com poucas informações efetivadas, o mercado também monitora das decisões do produtor americano para a safra 2022/23, o que deve começar a mexer com o mercado nos próximos meses. No entanto, o analista afirma que "há ainda muitos capítulos a serem confirmados até a próxima safra".