Soja: em plena colheita americana, níveis de preços de US$12,50/bushel não devem ser desperdiçados, alerta analista

Publicado em 07/10/2021 16:59 e atualizado em 07/10/2021 17:31
No Brasil, ajuda do dólar e alta do petróleo dão mais fôlego para os preços da soja em reais
Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios

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Entrevista com Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios sobre o Fechamento de Mercado da Soja

A quinta-feira (7) foi bastante tranquila para os mercados da soja, tanto no Brasil, quanto na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa encerraram o dia com pequenos ganhos no mercado norte-americano, enquanto permaneceram estáveis em quase todo o interior brasileiro e, nos portos, apresentaram leves altas. Os negócios, porém, ainda acontecem em um ritmo mais lento, com os produtores bastante reticentes diante dos atuais patamares, mas, principalmente, das possibilidades que o mercado poderia vir a apresentar daqui em diante. 

Como explicou o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, o sojicultor observa atentamente às estimativas de safras, as questões climáticas e seus trabalhos de campo para definir suas estratégias.  

"Temos que esperar a safra se desenvolver para sermos mais assertivos em nossas decisões. Por isso, vamos fazendo operações de hedge paulatinamente. Conforme a safra vai se desenvolvendo, você vai travando os preços e garantindo suas margens", diz. 

Nos portos, a soja fechuo o dia no disponível com R$ 172,50 em Paranaguá, subindo 0,29%, e em Rio Grande com R$ 170,50 por saca e o mesmo ganho. Em Santos, R$ 178,00, estável. Para a safra nova, R$ 167,00 no terminal paranaense e R$ 165,00 no gaúcho, com altas de 0,60% e 0,61%, nesta ordem. 

Parte do suporte e do estímulo veio ainda do dólar, que voltou a subir nesta quinta-feira e terminou o dia com R$ 5,52, com alta de 0,57%. 

BOLSA DE CHICAGO

O mercado internacional segue sem grandes novidades trabalhando com a expectativa em torno da volta da China aos negócios depois do feriado da Semana Dourada. Além da volta da nação asiática aos negócios, o mercado também espera pelo novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o qual chega no dia 12 e pode revisar para cima os números de produção e produtividade da soja americana. 

Também do lado dos fundamentos, permanece a pressão vinda da colheita americana e do plantio brasileiro, e a atenção se dá para o feriado no fim na China hoje, com a possibilidade de volta do gigante asiático nesta sexta-feira. 

Além disso, o mercado da soja ainda foi favorecido pela informação de que uma nova venda hoje de 261,264 mil toneladas dos EUA para o México, sendo todo o volume da safra 2021/22. Ao lado da venda reportada nesta quinta, os traders ainda viram as exportações semanais virem fortes - com 1.041,9 milhão de toneladas - dentro das expectativas de 600 mil a 1,2 milhão de toneladas. 

O financeiro e o quadro macro ainda têm influência importante sobre as cotações. A retomada dos preços do petróleo nesta quinta foi um ponto importante, mesmo diante do recuo pelo segundo dia do gás natural. Desde a fala do presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre o país "estar pronto para ajudar a estabilizar a crise energética" e aumentar o fornecimento de gás natural para a Europa e também aumentar a produção de petróleo, o que deu alívio aos preços de ambas as matrizes. 

Ainda no financeiro, o mercado segue atento à crise energética, ao impasse sobre o teto da dívida americana, bem como ao possível encontro ainda neste ano entre Joe Biden e Xi Jinping. 

 

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Por: Aleksander Horta e Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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