Soja em Chicago consolida viés de baixa, mas fundamentos que influenciaram na queda podem mudar a qualquer momento, alerta consultor
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Entrevista com Aaron Edwards - Consultor de Mercado da Roach Ag Marketing sobre o Fechamento de Mercado da Soja
A segunda-feira (4) terminou este primeiro pregão da semana em campo negativo na Bolsa de Chicago, perdendo entre 7 e 10 pontos nas posições mais negociadas. O novembro encerrou o dia com US$ 12,35 e o maio com US$ 12,65 por bushel.
"A tendência de baixa, infelizmente, se consolidou. Não nos sustentamos tecnicamente naquele patamar dos US$ 12,50/US$ 12,60, está havendo liquidação de posições por parte dos fundos. E os preços estão deslizando, diante de notícias baixistas, e ninguém teve coragem de entrar comprando neste mercado", explicou o consultor de mercado Aaron Edwards, da Roach Ag Marketing, em entrevista ao Notícias Agrícolas.
Segundo o especialista, essas baixas começaram com os estoques em 1º de setembro reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) na última quinta (30), mas passa ainda pelo bom avanço da colheita nos Estados Unidos, bem como o bom início do plantio no Brasil, com a melhora das chuvas nos últimos dias.
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Além disso, apesar da retomada da logística americana, as epxortações atrasaram e ajudam na pressão sobre as cotações.
Os preços podem seguir em queda - uma vez que a conjuntura de notícias baixistas para o mercado da soja - já está dada. A atenção, todavia, ainda segundo Edwards, ainda há mudanças nos campos americanos que poderiam aparecer e mexer com a direção dos preços, como problemas no desenvolvimento da safra brasileira, produtividades menores nos EUA ou uma demanda mais intensa.
"Os estoques mundiais ainda estão apertados. Se o Brasil realmente tiver uma safra recorde, vai começar a tranquilizar o comprador de uma soja na casa dos US$ 10,00 é mais provável do que nos US$ 14,00. Mas, a safra brasileira não está garantida, se houver algum problema, vai empurrar para a safra norte-americana. Isso é normal quando saímos de uma conjuntura de estoques apertados, que o mundo produza mais, e que o preço caia. A tendência desse deslizamento teremos que acompanhar aos poucos. Por isso, a palavra de ordem é cautela", afirmou Edwards.
DÓLAR SUSTENTANDO PREÇOS NO BRASIL
Nesta segunda-feira, o dólar voltou a subir forte frente ao real, terminando o dia com R$ 5,45 e alta de 1,55%. E esse tem sido um importante suporte para os preços da soja no Brasil diante do recuo consecutivo das cotações na Bolsa de Chicago. "O percentual de queda no Brasil não tem sido o mesmo que temos experimentado aqui nos EUA", diz o consultor.
Assim, nesta segunda-feira, os preços da soja cederam em algumas praças de comercialização no interior do país, porém, a maior parte delas e os portos terminaram o dia com estabilidade. Da mesma forma, os negócios estão mais lentos.
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