Soja fecha com queda de mais de 20 pts em Chicago, com feriado na China , avanço da colheita nos EUA e aversão ao risco no financeiro

Publicado em 20/09/2021 17:18 e atualizado em 20/09/2021 18:03
No Brasil, tendência é que China siga comprando nos próximos 30 a 40 dias e mantendo prêmios e preços em bons níveis
Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting

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Entrevista com Vlamir Brandalizze - Analista de Mercado da Brandalizze Consulting sobre o Fechamento de Mercado da Soja

O mercado da soja fechou a segunda-feira (20) com baixas de mais de 20 pontos na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa operaram durante todo o dia em campo negativo e foram aprofundando suas baixas ao longo do pregão, o qual terminou com US$ 12,62 no novembro e US$ 12,76 no maio/22, referência para a safra brasileira. 

Os preços sentiram uma pressão agressiva neste início de semana na CBOT de um dia aversão ao risco total no mercado financeiro, que motivou uma baixa generalizada das commodities, e também alguns fatores baixistas entre os fundamentos, como o início mais efetivo da colheita nos EUA, do plantio no Brasil - apesar das chuvas ainda irregulares - e os negócios fluindo melhor no mercado brasileiro, como explicou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. 

Ao lado de todos esses fatores, a semana ainda começa com um feriado na China, o que mantém a nação asiática fora das compras, ajudando a tirar força do mercado. "Todo ano esse feriado coincidi com esse período de baixa, de calmaria do mercado, e ainda mais hoje", diz. Além disso, as preocupações com a incorporadora China Evergrande em delicada situação financeira também pesou, já que ajudou a estimular os investidores a fugirem do risco, derrubando não só as commodities, mas também os índices acionários. 

Segundo Brandalizze, a questão da Evergrande não deve mexer expressiva e agressivamente com a demanda chinesa pelas commodities e esta tende a ser uma variável apenas pontual. "Mas isso ajudou os investidores a liquidarem suas posições na soja".

Sobre o plantio no Brasil, o consultor acredita que a pressão dos primeiros trabalhos de campo se dá em  uma boa janela para este começo, mas de forma ainda pontual, com os produtores esperando uma melhor consolidação das chuvas. No entanto, lembra também que caso tudo corra bem, o mercado contará com a soja nacional mais cedo, o que pode ser mais um fator de pressão sobre as compras. 

Na contramão, a demanda chinesa segue forte e deve se manter, em boa parte, aqui no Brasil. Assim, os negócios dão bom início à semana, em um ambiente de preços ainda bem atrativos, chegando a testar até R$ 180,00 nos portos - pagamento no ano que vem de soja desta safra. 

"A China quer essa soja e vai levar. A tendência é manter o fôlego nas cotações, mesmo que venha essa pressão baixista que vem da safra americana. Aqui, com o mercado comprador, mantém o preço e ainda temos uma vantagem que é o fato de não os navios não conseguirem carregar carga total na Argentina por conta do baixo nível do rio Del Plata, tendo que terminar de ser carregado no Brasil", relata Brandalizze. 

E esse bom ritmo dos negócios deverá seguir, ainda segundo o consultor, pelo menos por mais 40 dias.

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Por: Aleksander Horta e Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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