Altas de mais de 2% nos futuros do óleo puxam grão e soja fecha com forte avanço em Chicago

Publicado em 12/05/2021 18:46
USDA traz aumento do consumo do derivado internamente nos EUA, confirmando a força dos óleos. No Brasil, preços ainda fortes, porém, novos negócios são apenas pontuais. Prêmios seguem negativos.
Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest

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Entrevista com Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest sobre o Fechamento de Mercado da Soja

 

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As altas entre os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago, nesta quarta-feira (12), variaram entre 14 e 27,75 pontos nos principais vencimentos, com o contrato julho/21, o mais negociado agora, cotado a US$ 16,42 por bushel. O mercado segue refletindo estoques muito apertados da safra velha nos EUA e dando espaço para uma continuidade dos ganhos na CBOT, mesmo com sua manutenção no boletim mensal de oferta e demanda divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

O número veio ainda nos 3,27 milhões de toneladas, mostrando que a relação estoque x consumo deverá seguir bem baixa, inclusive para a próxima temporada. Com 2021/22 sendo iniciada com estoques baixos, a projeção do departamento americano é de estoque final também baixo, inicialmente projetado em 3,81 milhões de toneladas. 

Diante deste quadro, os preços altos da soja na Bolsa de Chicago e essa tendência altista ainda mantida exercem o papel de continuar estimulando um aumento de área no país, de forma a trazer um equilíbrio mais substancial ao quadro de oferta e demanda global da oleaginosa. 

E nesta semana essa questão da disputa por área nos EUA entre soja e milho tem estimulado de forma bastante intensa o viés positivo das cotações das duas commodities. Para o milho, o estímulo veio forte da demanda, com compras grandes e consecutivas por parte da China e outros importantes compradores, como o México, por exemplo. 

Leia Mais:

+ USDA estima safra 21/22 de soja do BR em 144 mi de t e corta 7 mi da 2020/21 de milho do país

No entanto, ainda para esta quarta-feira, o destaque no complexo soja se deu, mais uma vez, para o óleo, que fechou o pregão com ganhos superiores a 2% na CBOT também motivados por uma demanda maior, especialmente internamente nos EUA. 

"Os EUA precisarão esmagar mais. Já estamos vendo investimentos, anúncios de esmagadoras americanas e tudo isso pela demanda por óleo dentro dos EUA. E diante disso o USDA fez algumas alterações nesta temporada e para a próxima que mostram esse aumento no consumo. O óleo de soja é o líder da alta", explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest Commodities. 

Aqui no Brasil, com as disparadas dos futuros da soja em Chicago e mais o dólar - que segue acima dos R$ 5,00 e com a alta desta quarta voltando aos R$ 5,30 - os prêmios no Brasil seguem caindo expressivamente. Para a posição julho, do lado do vendedor são 35 cents de dólar negativos e do comprador, 50 cents abaixo da CBOT. 

No mercado nacional, os prêmios negativos têm como principal papel atrair a demanda. No entanto, a China ainda sofre com margens apertadas de esmagamento, o setor de suínos passando por problemas - principalmente por conta da Peste Suína Africana - e, dessa forma, ainda ligeiramente ausente do mercado. 

Ainda assim, a formação dos preços aqui no Brasil continua resultando em valores bastante remuneradores e garantindo oportunidades importantes ao sojicultores brasileiros. Ainda assim, novos grandes negócios não tem sido efetivados. 

"Os produtores devagarinho vão vendendo, mas o problema são as tradings. As tradings vão comprando, mas não conseguem encontrar tanta demanda no mesmo ritmo, e isso vai gerando essa pressão sobre prêmios. Isso sem contar o frete marítimo que não para subir", afirma Vanin. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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