Soja em Chicago se consolida nos US$ 12, têm fôlego para subir mais 30 cents no curto prazo e buscar os US$ 15 em 2021

Publicado em 18/12/2020 17:05 e atualizado em 21/12/2020 18:05
Analise feita pelo vice-presidente da Price Futures nos EUA se baseia em demanda forte pela soja americana e risco na oferta da América do Sul
Jack Scoville - Vice-Presidente da Price Futures Group

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Entrevista com Jack Scoville - Vice-Presidente da Price Futures Group sobre o Fechamento de Mercado da Soja

 

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Os preços da soja subiram mais de 4% na Bolsa de Chicago nesta que foi a semana de consolidação dos preços nos US$ 12,00 por bushel e registrando suas máximas em seis anos. O contrato janeiro acumulou um ganho de 5,17% para US$ 12,20; 4,97% no março para US$ 12,24 e 4,80% no maio para US$ 12,23 por bushel. O avanço das cotações refletiu uma combinação de fatores que dá, inclusive, espaço para mais altas. 

"Eu acredito que os preços podem subir mais, com o janeiro buscando os US$ 12,45 e o março entre US$ 12,50 e US$ 12,55 (no curto prazo)", acredita Jack Scoville, Vice-Presidente da Price Futures Group. Na sequência, com a continuidade dos fatores positivos, a commodity poderia vir a buscar os US$ 15,00, podendo ainda superar esse patamar. 

Segundo o analista norte-americano, a escalada dos preços da soja vêm com uma produção restrita nos Estados Unidos - e com os já ajustados estoques podendo baixar ainda mais - e com a preocupação de que a nova safra da América do Sul, além de menor, possa chegar mais tarde do que o período tradicional, no início de fevereiro de 2021. 

Com este atraso, a China poderia voltar sua demanda novamente ao mercado norte-americano - com rumores no mercado de que isto já estaria acontecendo - auxiliando ainda mais o movimento forte de avanço dos preços. Os EUA já comprometeram 90% do total estimado a ser exportado em toda safra 2020/21, que se encerra somente em agosto do ano que vem e, por isso, podem sofrer uma nova revisão dos estoques finais em função deste quadro. 

O mercado segue atento às questões de clima na América do Sul - com as preocupações maiores sobre a Argentina, com previsões indicando clima seco ainda pelos próximos 10 dias -, no comportamento da demanda e também na greve dos trabalhadores portuários argentinos que já dura mais de uma semana. Para o Brasil, a irregularidade climática continua, porém, de forma mais branda e com chuvas melhores para o Rio Grande do Sul, que vinha sendo uma das regiões mais castigadas pela seca. 

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Ademais, a semana foi marcada ainda pela greve dos trabalhadores portuários na Argentina, que já dura quase 10 dias, e que mantém as atividades de 22 portos paralisadas. E um dos principais efeitos dessa paralisação foi um impacto sobre as cotações do farelo de soja, uma vez que o país é o maior exportador global não só deste derivado, mas também de óleo de soja. 

Assim, as altas semanais acumuladas pelo farelo em Chicago, que variaram de 5,27% a 6,63% nos três primeiros contratos, com o janeiro encerrando a semana com US$ 405,50 por tonelada curta, US$ 403,50 no março e US$ 401,50 no maio/21. 

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No Brasil, os preços nos portos do Brasil também subiram e registraram uma semana de altas acumuladas bastante fortes. Além do estímulo vindo da escalada em Chicago, o dólar subiu 0,73% na semana, depois de quatro semanas consecutivas de perdas, o que também contribuiu para uma recuperação de patamares importantes. 

No terminal de Paranaguá, a soja disponível subiu 3,87% para R$ 161,00 por saca, e em Rio Grande, 4,23% para R$ 160,00. Já para a safra nova, ganhos respectivos de 4,44% e 5,26% para R$ 140,00. 

Por: Aleksander Horta e Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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