Rentabilidades da soja e do milho triplicam no Brasil para a safra 2020/21, calcula Agrinvest

Publicado em 08/12/2020 11:23 e atualizado em 08/12/2020 16:26
Para 2021/22, renda da soja é levemente menor, mas ainda assim historicamente alta e pelo menos o dobro da média dos últimos anos. Oferta restrita, força da demanda e câmbio no centro das atenções. Veja os cálculos da Agrinvest Commodities.
Marcos Araújo e Eduardo Vanin - Analistas de Mercado da Agrinvest

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Entrevista com Marcos Araújo e Eduardo Vanin - Analistas de Mercado da Agrinvest sobre a Oferta & Demanda 2021

 

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A rentabilidade tanto da soja, quanto do milho na temporada 2020/21 mais do que triplicaram no Brasil, como mostram cálculos da Agrinvest. Os preços mais elevados refletem um cenário de oferta escassa, demanda muito forte e algum favorecimento que ainda vem do cenário cambial. 

O mesmo já pode, inclusive, ser observado para a soja 2021/22, quando a rentabilidade poderá ser um pouco menor, mas ainda assim historicamente alta, registrando ao menos o dobro da média das últimas safras. 

Os analistas de mercado Marcos Araújo e Eduardo Vanin analisaram os balanços de oferta e demanda de 2021 e deram alguns exemplos do rendimento dos produtores com uma propriedade de Dourados/MS que resultaria em um rendimento de R$ 4261,00 por hectare para a soja e de R$ 3809,00 para o milho safrinha 2021. 

Araújo explica que o saldo que ainda há para ser comercializado traz oportunidades de preços melhores que poderiam vir a compensar as vendas antecipadas feitas com patamares menores. 

Os cálculos detalhados podem ser acompanhados na entrevista e foram feitos com a plataforma ProMarket. Clique AQUI e saiba mais sobre a ferramenta. 

OFERTA & DEMANDA DA SOJA 

Os Estados Unidos já comprometeram 86% do total estimado para ser exportado na safra 2020/12 - 59,9 milhões de toneladas - e o "boom" das vendas já passou. 

Assim, daqui em diante, o mercado ainda terá três novos momentos importantes: o de revisão das exportações americanas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) - que pode vir no boletim de dezembro ou de janeiro -; a transição da demanda para a América do Sul - que já está acontecendo, com o produto brasileiro já US$ 15 por tonelada mais barato posto na China - e o início da nova safra nos EUA. 

"Não há espaço para quebras e qualquer problema de clima vai trazer alguma especulação para a Bolsa de Chicago. E é neste momento que vemos o maior potencial de alta e os produtores poderiam estar melhorando os preços da soja já vendidas com seguros de alta", explica Eduardo Vanin, analista de mercado da Agrinvest Commodities. 

Para a China, as margens de esmagamento com a soja brasileira já são bem melhores, especialmente a partir de maio de 2021. A nação asiática já está bem abastecida até o final de janeiro, ainda como explica Vanin. De fevereiro a setembro, as compras ainda precisariam ser de algo entre 42 e 43 milhões de toneladas, o que viria essencialmente do Brasil. 

Do mesmo modo, considerando uma safra menor no Brasil em função das irregularidades climáticas, a Argentina também preocupa ao trazer uma oferta menor ao mercado. "Se formos pensar qual o momento mais crítico em termos de balanço global de soja será logo antes da entrada da nova safra americana (...) Aí o mercado fica estressado, podendo trazer potenciais de novas altas", complementa Vanin. 

OFERTA & DEMANDA DO MILHO

Embora também já se observe um percentual elevado do programa de exportação norte-americano de milho, a competitividade do grão dos EUA se estende de janeiro a julho. "A partir dali, passa a ser o brasileiro o milho mais barato", ainda como explica o analista da Agrinvest. "Nossas vendas devem se concentrar a partir de agosto e em 2022, aí o Brasil já é mais competitivo". 

O importante será agora monitorar o futuro das áreas do cereal, seja de milho verão ou safrinha, para entender como ficará o quadro de oferta  frente a uma demanda tão intensa. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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