Soja pode buscar novo patamar de preços em Chicago, acima dos US$ 14/ bushel , mas só a partir de maio do ano que vem
Podcast
Entrevista com Eduardo Vanin - Analista de Mercado da Agrinvest sobre o Fechamento de Mercado da Soja
Fechamento positivo para os preços da soja na Bolsa de Chicago nesta sexta-feira (27). O mercado terminou o este meio pregão, pós feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos, em campo positivo e com altas de 7 a 7,75 pontos nos principais vencimentos, com o janeiro sendo cotado a US$ 11,91 por bushel e o março a US$ 11,92.
Os ganhos, mais uma vez, foram reflexo da continuidade da demanda chinesa e também da irregularidade do clima na América do Sul. Embora no início da semana rumores - que na sequência foram confirmados por traders chineses - de movimentos de washout com a soja dos EUA pela nação asiática tenham pressionado as cotações, o mercado retomou seu movimento positivo no final da semana.
"Tem chão e fundamentos para romper os US$ 12,00", explica Eduardo Vanin. O analista de mercado da Agrinvest Commodities destaca os números divulgado nesta sexta pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mostrando que 86% do total - recorde histórico - de 59,88 milhões de toneladas estimados para serem exportados pelo país já estão comprometidos, "e isso indica mais aperto dos estoques por lá".
Aos poucos, ainda como explica o analista, a China começa a olhar mais para a soja brasileira, que já está mais barata do que a americana olhando para meses como fevereiro e março de 2021. E além dessa necessidade maior da nação asiática, as ameaças à oferta da safra da América do Sul continuam e da produção do Brasil, quase 60% já estão comprometidos.
O clima ainda está muito irregular no Brasil, com condições preocupantes para estados-chave como Mato Grosso e Rio Grande do Sul. E frente a isso, o produtor brasileiro se mantém ainda reticentes em efetivar novas vendas.
NOVAS ALTAS
Na análise de Vanin, novos momentos de altas fortes para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago poderão ser registrados no plantio da safra 2021/22 dos EUA. "Será um momento de mercado climático muito volátil e com tendência de alta. Qualquer coisa de errado pro clima nos EUA vai gerar muita especulação", diz.
E com os estoques muito apertados nos Estados Unidos, o espaço para problemas com a nova oferta norte-americana é bastante apertado, o que poderia fazer o mercado romper os US$ 12,00 e encontrar força para alcançar os US$ 13,00 e, na sequência, os US$ 14,00 por bushel na CBOT.