Soja: produção menor que 130 mi/t no Brasil pode estimular preços acima de US$ 13 / bushel em Chicago ; clima será determinante
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Entrevista com Luiz Fernando Gutierrez Roque - Analista da Consultoria Safras & Mercado sobre o Fechamento de Mercado da Soja
Sem a referência dos negócios em Chicago, já que a bolsa não operou nesta quinta-feira (26), o mercado brasileiro de soja também registrou um dia calmo e sem grandes movimentações de preços ou negócios. As referências nacionais para a oleaginosa terminaram o dia com estabilidade, mesmo com uma leve alta registrada pelo dólar.
Além da falta da CBOT, o mercado no Brasil também limita novas vendas diante de uma comercialização antecipada já muito adiantada e de incertezas que o clima ainda traz aos sojicultores brasileiros.
"Já vendemos mais da metade da safra brasileira, então é normal que daqui pra frente a comercialização seja mais lenta e estamos no meio do plantio, o plantio foi atrasado e temos uma incógnita em relação ao clima e uma incerteza sobre o que vamos colher", explica Luiz Fernando Gutierreza, analista de mercado da Safras & Mercado.
Em sua análise, Gutierrez afirma que essa cautela maior do produtor é uma posição acertada, já que ele veio garantindo médias boas e importantes ao longo do ano. A renatbilidade veio crescendo durante os últimos meses e os sojicultores foram aproveitando os bons momentos trazidos pelo mercado.
BOLSA DE CHICAGO
Ainda segundo o analista, em Chicago o foco permanece sobre as questões climáticas na América do Sul. "Temos que esperar o final do plantio. No final do plantio saberemos o real tamanho da área, e quando poderemos ver uma melhor realidade da safra brasileira", explica.
Há ainda um potencial de recuperação para a safra em locais onde a falta de chuvas ainda castiga a produção, dada a característica da planta de soja, porém, o clima tem que ajudar com a chegada de chuvas regulares. "Se isso acontecer, a safra ainda pode ser boa. Mas os mapas climáticos hoje ainda não apontam para um clima regular nos próximos meses", diz.
Na contramão, a demanda segue crescendo, enquanto os estoques bastante ajustados no mundo todo. "Estamos com o menor estoque (nos EUA) desde 2015. E em um ambiente assim, o mercado fica muito mais sensível", explica Gutierrez.