Alta do dólar, melhora do clima na América do Sul e perda do poder de compra do yuan pressionam soja em Chicago
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Entrevista com Marcos Araújo - Analista da Agrinvest sobre o fechamento de mercado da soja
Um movimento de correção técnica e mais uma melhora nas condições climáticas do Brasil, favorecendo um melhor andamento do plantio da safra 2020/21, pesaram sobre as cotações da soja nesta terça-feira (27), que fecharam o dia no vermelho na Bolsa de Chicago, como explica o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest Commodities.
O mercado terminou o dia com perdas de 5,50 a 7,50 pontos nos principais vencimentos, levando o novembro a US$ 10,82 e o janeiro a US$ 10,76 por bushel. Durante todo o dia os preços foram testando os dois lados da tabela, intensificando suas perdas no final do dia.
"Mas não acreditamos que seja uma reversão de tendência", afirma Araújo. A demanda firme e a pouca oferta seguem sustentando o cenário positivo para as cotações da oleaginosa. "O que nos leva a acreditar na continuidade dessas altas são as margens positivas da soja tanto nos EUA, quanto na China e no Brasil também. Quando acontece o La Niña na Argentina podemos ter uma perda ao redor de 18 milhões de toneladas", explica o analista.
Araújo complementa dizendo que frente ao atual cenário climático não é confortável para o comprador ficar mais retraído neste momento a ponto de forçar uma queda dos preços.
"Temos a recuperçaão dos rebanhos de suínos na China, a carne de frango ainda será a mais produzida no mundo, o consumo de carne suína é recorde e os estoques estão baixíssimos. Até o final do mês temos a reunião de Xi Jinping e seus aliados traçando planos e estratégias para os próximos 15 anos e somente se vier alguma medida muito imprevisível é que pode mexer com o mercado. Mas, a população não pode deixar de comer, então a tendência é de que os preços continuem muito bons", acredita Marcos Araújo, analista de mercado da Agrinvest Commodities.
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Da mesma forma, os preços no mercado brasileiro também permanecem elevados e muito remuneradores aos produtores brasileiros, renovando seus recordes quase que diariamente. Nesta terça-feira, mesmo diante das perdas em Chicago, alguns indicativos voltaram a subir no Brasil, acompanhando a alta de mais de 1% do dólar frente ao real. No porto de Santos, a soja para fevereiro de 2021 fechou o dia com referência nos R$ 145,00 por saca e registrando um avanço de 2,11%.