Soja em Chicago segue com viés de alta e pode buscar os US$11/bushel
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Entrevista com Ênio Fernandes - Consultor em Agronegócio da Terra Agronegócios sobre o Fechamento de Mercado da Soja
Os preços da soja voltaram a subir em partes do Brasil nesta segunda-feira (26). Algumas praças de Rio Grande do Sul, como Não-Me-Toque e Panambi, registraram altas de mais de 1%, enquanto em São Gabriel do Oeste, no Mato Grosso do Sul, a alta foi de 3,75% para R$ 166,00 por saca. Nos portos, as cotrações mantiveram sua estabilidade no início da semana, ainda superando os R$ 150,00 para o produto disponível e os R$ 130,00 para a safra nova.
"O baixo excedente interno, o cultivo tardio no Brasil e a valorização externa elevaram os preços da soja no mercado doméstico nos últimos dias. Ainda assim, as negociações estão em ritmo lento, devido à retração de produtores, que não têm interesse em negociar o restante da safra 2019/20", explicam os pesquisadores do Cepea.
Assim, mesmo com a baixa de 0,27% do dólar nesta segunda, para R$ 5,61, o mercado ainda encontrou espaço para ganhos pontuais, principalmente onde a demanda é ainda mais intensa.
"O pouco volume disponível no spot está sendo disputado por indústrias locais, que oferecem preços acima dos da paridade de exportação, algo incomum de se observar. Indústrias sinalizam não ter estoques longos, o que deixa avicultores e suinocultores em alerta quanto ao consumo de farelo de soja no primeiro bimestre de 2021, especialmente diante da possibilidade do atraso da colheita da safra 2020/21, devido ao atual semeio tardio", complementa a nota do Cepea.
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MERCADO EM CHICAGO
Os preços caminharam com pouca força na Bolsa de Chicago e os futuros da soja fecharam o pregão em campo misto.
O mercado espera por novidades para se reposicionar melhor, mesmo diante de fundamentos bastante positivos, principalmente do lado da demanda. Nesta segunda-feira, novos números fortes de embarques semanais norte-americanos vieram reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). No entanto, os traders ainda caminham cautelosos com preocupação no financeiro diante da segunda onda do novo coronavírus atingindo a Europa.
Ainda assim, como explica o consultor em agronegócios Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, o mercado mantém seu viés de alta, com força para buscar os US$ 11,00 por bushel. Segundo ele, a demanda intensa ajuda na sustentação das cotações, bem como a retração vendedora dos produtores norte-americanos e as incertezas sobre a nova safra da América do Sul.
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