Soja sobe quase 20 pts em Chicago com mais compradores do que vendedores nos EUA neste momento
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Entrevista com Aaron Edwards - Consultor de Mercado da Roach Ag Marketing sobre o Fechamento de Mercado da Soja
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o pregão desta quarta-feira (16) com altas de quase 2% - ou 13,50 a 19,50 pontos - nos principais vencimentos. O contrato janeiro terminou o dia co US$ 10,15 e o maio/21 com US$ 10,14 por bushel e o principal combustível para a continuidade das altas vem da demanda forte. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou uma nova venda de 327 mil toneladas de soja para a China nesta quarta-feira (16). O volume é todo da safra 2020/21. Na semana, o total das vendas americanas passa de 800 mil toneladas.
"Isso é o mercado funcionando e tentando descobrir preços. Desde agosto temos um salto enorme e o mercado buscando recalibrar o intervalo de preços", explica Aaron Edwards, consultor de mercado da Roach Ag Marketing, direto dos EUA em entrevista ao Notícias Agrícolas. Agora, os traders buscam conhecer quais seus próximos alvos, porém, Edwards acredita ainda ser cedo para defini-los.
E com a alta contínua dos preços, o produtor norte-americano se mostra um pouco mais retraídos, agora "tentando escolher se já vende o restante ou se armazena", diz o consultor. "Temos visto poucas ofertas de produtor neste momento", completa. E com isso, os prêmios também se mostram fortes, acima da média histórica em muitas regiões produtoras e comercializadoras de soja.
Entre as safras americana e brasileira é possível, ainda como explica Edwards, o mercado deverá registrar seus melhores preços. Além das preocupações com a oferta, afinal, a demanda forte já é conhecida e continua acontecendo mesmo diante de inúmeras incertezas sobre as relações entre China e Estados Unidos.
Desde julho, o USDA, ainda como mostra apuração da Agrinvest, já reporta vendas acumuladas de soja de 11,75 milhões de toneladas, com a maior parte - aproximadamente 9,8 milhões de toneladas - com destino China.
"O rumo dos preços vai depender do que vamos ver nos próximos três meses. O que o produtor brasileiro vai fazer afeta muito o andamento dos preços", afirma Aaron Edwards.
MERCADO NACIONAL
No Brasil, acompanhando as altas fortes registradas na Bolsa de Chicago, os preços da soja também subiram e vêm renovando seus recordes no interior e nos portos do país. Um dos destaques foi Castro/PR, onde a referência subiu 2,21% para R$ 139,00 por saca. Nas praças de Mato Grosso do Sul, os indicativos subiram quase 1,5%, levando os preços para o intervalo de R$ 135,00 a R$ 137,00 por saca.
Nos portos, os preços mantiveram sua estabilidade, mas ainda com valores bastante elevados. O que traz algum equilíbrio ao mercado é a baixa do dólar frente ao real nesta quarta. A moeda americana encerrou o dia com baixa de 0,92% e valendo R$ 5,24.