Relatório do USDA dessa semana pode trazer um ajuste na oferta de soja da América do Sul
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Entrevista com Flávio França Jr. - Chefe do Setor de Grãos da Datagro Consultoria sobre o Fechamento de Mercado da Soja
Nesta segunda-feira (6), o mercado da soja na Bolsa de Chicago caminhou de forma bastante tímida e encerrou o dia com pequenas altas, de pouco mais de 1 ponto entre as posições mais negociadas, levando o maio a US$ 8,55, o julho a US$ 8,61 e o agosto a US$ 8,64 por bushel. Ao longo de todo o dia, o mercado testou os dois lados da tabela.
O mercado internacional ainda se divide entre as informações do cenário macroeconômico e dos fundamentos, com um dia mais fraco de novas notícias. "Os preços ficaram neste embalo do mercado financeiro", diz Flávio França, chefe do setor de grãos da Datagro.
Mais do que isso, o mercado em Chicago mais limitado reflete também o bom ritmo dos embarques no Brasil, que vem se mantendo e se acentuou, principalmente em março. No mês passado, as exportações brasileiras registraram um novo recorde para o período e o fluxo vem sendo mantido, com os lineups ainda bem cheios para os próximos meses.
"A China está comprando toda a soja que pode aqui na América do Sul, formando estoques, e em breve voltará a comprar com mais força no mercado americano, e só terá a questão do timing. E não temos como precisar a estratégia chinesa, mas eles têm usado uma estratégia bem conservadora, segurando o preço de Chicago lá embaixo, nossos prêmios estão 'frouxos' e nossos preços estão mais competitivos, mas isso não dura. Eles entram no mercado americano mais forte antes da virada do semestre", explica França.
Enquanto isso, o produtor brasileiro segue aproveitando os preços firmes, a demanda aquecida e o câmbio favorável para fazer boas médias e bons negócios diante do atual cenário. E para que o patamar dos R$ 100,00 e acima para a soja nos portos do Brasil se mantenha ainda há uma elevada dependência do dólar.
Média diária de exportação de soja quase dobra na 1ª semana de abril, diz Secex
SÃO PAULO (Reuters) - As exportações brasileiras de soja alcançaram média de 829,5 mil toneladas por dia na primeira semana de abril, quase o dobro da média diária de abril de 2019, conforme dados divulgados pelo governo federal nesta segunda-feira.
Os embarques da oleaginosa em grão foram 85,2% maiores que as 447,7 mil toneladas da média diária de abril do ano passado, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
O ritmo de vendas externas é beneficiado, dentre outros fatores, pelo avanço na colheita brasileira de soja da safra 2019/2020, além da demanda da China, que ajudou o país a exportar um volume recorde em março, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
Os trabalhos de colheita avançaram para 83% da área cultivada, levemente abaixo dos 84% vistos em igual período do ano passado, mas acima da média histórica de cinco anos para este momento da safra, segundo a consultoria AgRural informou nesta segunda-feira.
A carne bovina fresca, refrigerada ou congelada teve 4,27 mil toneladas por média diária exportadas na primeira semana de abril, queda de 20,6% na variação anual.
Um operador do mercado disse que, como os dados da Secex referem-se a apenas três dias úteis, a tendência é que os reportes das próximas semanas tragam números melhores.
"O que temos visto neste momento é maior procura (dos frigoríficos) pelo animal do tipo exportação", disse o operador, o que significa demanda firme no mercado internacional.
Entre as commodities da indústria extrativista, as exportações de minério de ferro alcançaram 1,22 milhão de toneladas por dia na primeira semana do mês, alta de 36,8% ante abril do ano passado.
Na contramão, os embarques de petróleo bruto baixaram 34,8% na variação anual, para 211,3 mil toneladas, de acordo com a Secex.
AgRural revisa para baixo safra de soja do Brasil, mas ainda vê recorde
SÃO PAULO (Reuters) - A consultoria AgRural informou nesta segunda-feira que revisou para baixo sua previsão para a safra de soja 2019/20 do Brasil, diante de impactos de uma seca no Sul do país.
Agora, estima-se que os sojicultores brasileiros colham 123,8 milhões de toneladas nesta temporada, um recuo de 500 mil toneladas em relação à previsão anterior da AgRural (124,3 milhões de toneladas), mas ainda assim um recorde.
A colheita da oleaginosa no país, enquanto isso, avançou para 83% da área cultivada, levemente abaixo dos 84% vistos em igual período do ano passado, mas acima da média histórica de cinco anos para este momento da safra, segundo a consultoria.
Com os trabalhos na soja caminhando para a etapa final, todos os olhos se voltam para a segunda safra de milho do Brasil, que é plantada logo após a colheita de soja em áreas-chave do país, como Mato Grosso.
A chamada "safrinha" representa cerca de 75% da produção total de milho do Brasil, permitindo ao país competir com os Estados Unidos nos mercados de exportação no segundo semestre do ano.
Com a segunda safra de milho já semeada, "o alerta segue ligado devido ao baixo volume e à má distribuição das chuvas em parte do Centro-Sul do Brasil, especialmente em Mato Grosso do Sul e no Paraná", disse a AgRural.
Importação de soja pela UE em 2019/20 caem 3% para 10,93 mi t, até 5 de abril
PARIS (Reuters) - As importações de soja pela União Europeia na temporada 2019/20, iniciada em julho de 2019, atingiram 10,93 milhões de toneladas até 5 de abril, conforme dados oficiais divulgados nesta segunda-feira.
O número fica 3% abaixo do volume registrado em 31 de março do ano passado, apontaram os dados.
Enquanto isso, as aquisições de farelo de soja ficaram em 13,64 milhões de toneladas, alta de 2%, e as de óleo de palma em 4,21 milhões de toneladas, queda de 16%.
Já as importações de canola pela UE chegaram a 4,93 milhões de toneladas, alta de 45% ante igual período do ano anterior.
A Comissão Europeia continua a incluir os números do Reino Unido em seu relatório semanal de exportação e importação de grãos durante o período de transição após o Brexit.