Chuvas irregulares comprometem produção de soja no RS mas prejuízos poderiam ter sido menores, alerta pesquisador
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Entrevista com Elmar Floss - Professor e Diretor do Instituto Incia sobre a soja no RS
Produtores de soja do Rio Grande do Sul estão sofrendo com a irregularidade de chuvas no estado e a produção local já registra quedas expressivas na produção. Apesar das questões climáticas influenciarem muito na produção, Elmar Floss, Professor e Diretor do Instituto Incia, destaca que também faltou um cuidado maior com o perfil do solo para permitir que as raízes da soja buscassem água em profundidade.
"Muitos produtores temendo aquela previsão de muita chuva, os agricultores anteciparam a semeadura da soja e plantaram inclusive antes da época normal e usando cultivares tipo precoce", afirma. As cultivares, segundo o professor, acabaram florescendo muito cedo, o que já representa um menor potencial no crescimento vegetativo. "E a falta de água final de dezembro até meados de janeiro, acabou fazendo que poucas flores se convertessem em vagem", explica.
Já a soja que foi semeada no mês de novembro se desenvolveu sem grandes problemas, mas sofreu com o período de falta de chuvas no começo deste ano. Segundo Elmar, também foram registradas perdas nessas lavouras, porém em volumes mais baixos.
Diante do cenário, a região continua precisando de chuvas para garantir que a quebra de produtividade ainda não seja maior em todo o estado. "Ainda precisa de chuva, claro que nós temos regiões que a chuva praticamente consolida o rendimento, sobretudo para a região mais fria", destaca.
Elmar destaca ainda que a soja poderia ter resistido melhor às condições de falta chuva, caso alguns cuidados preventivos com o solo tivessem sido tomados. "Quando a gente anda pela estrada a gente observa uma soja pequena, com pouco desenvolvimento e do outro lado da estrada, uma soja verde", destacando que os produtores que construíram um perfil de solo adequado, tiveram um melhor desempenho nas lavouras e a importância dos cuidados adequados.
Veja a entrevista completa no vídeo acima