Ao longo do 1º semestre de 2020, milho deve alcançar preços recordes e soja consolidará R$ 90
Após o mercado de grãos cair na última sexta-feira, devido ao ataque dos Estados Unidos que matou o comandante iraniano Qasem Soleimani, nesta segunda-feira (06) a soja teve leve reação. Com contratos sendo negociados a US$ 9,32 (+2,25) para janeiro e US$ 9,44 (+3,25) para março, a perspectiva é que o mercado da oleaginosa se mantenha altista.
Para Carlos Cogo, analista da Cogo Inteligência em Agronegócio, tanto a demanada interna brasileira quanto a procura internacional deverão manter os preços da soja na base de R$ 90 ao longo do próximo semestre. Nem mesmo a assinatura do primeira fase do acordo entre Estados Unidos e China deve abalar esse patamar, já que outros fatores irão contrapor uma possível migração da demanda chinesa para a soja americana.
Cogo cita que a porcentagem de soja no biodiesel e a exportação de produtos de alto valor agregado, como é o caso das proteínas animais, irão auxiliar na manutenção de preços remuneradores para a soja no Brasil. Além disso, com os estoques de passagem baixos, até mesmo uma safra recorde não refletiria em grandes quedas de preços.
Para o milho, que nesta segunda foi negociado com leves quedas, o cenário também deve ser altista. Com a estiagem no Rio Grande do Sul, principal produtor de milho verão, a 1ª safra brasileira do grão já se encontra comprometida. Já para o milho de segunda safra, que deverá ser plantada fora da janela ideal, há muitas variáveis ainda a serem consideradas com relação à produção brasileira.
De qualquer forma, com os estoques também baixos devido ao alto volume de exportação em 2019, as negociações de milho serão apertadas em todo o primeiro semestre, o que deve garantir valores acima de R$ 50, com possibilidade de testar os R$ 60, recorde para a commodity.