Oeste da Bahia deve deixar de plantar 10% da área prevista de soja nesta safra por falta de chuva

Publicado em 23/12/2019 11:54
Existem lavouras em desenvolvimento que também estão sofrendo com a estiagem de quase 2 meses
Cícero José Teixeira - Presidente do Sindicato Rural de Luís Eduardo Magalhães/BA

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Realidades da Safra - SOJA - Entrevista com Cícero José Teixeira - Presidente do Sindicato Rural de Luís Eduardo Magalhães/BA

 

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As chuvas regulares e com uniformidade na região oeste da Bahia ainda não chegaram, e os produtores de soja e milho já entendem que haverá perda de produtividade. De acordo com Cícero José Teixeira, presidente do Siundicato Rural de Luís Eduardo Magalhães (BA), alguns produtores estão, inclusive, desistindo de plantar soja e optando pelo sorgo. A estimativa é que dos 1.600.000 hectares de área, 10% não recebam plantio. Além da área não plantada, ainda existe a possibilidade de quebra na safra, mas de acordo com Teixeira, ainda é cedo para fazer estimativas.

Ele explica que a preocupação com a estiagem e as temperaturas altíssimas, entre 38º a 40º, chegando a  45º no sol, atinge também áreas no Tocantins e Piaui. 

"Principalmente em Luís Eduardo Magalhães, há cerca de 15 dias não chove, e especificamente na minha propriedade, estou há 35 dias sem ganhar em volume de chuva", lamenta Teixeira.

Segundo ele, em algumas lavouras houve chuvas com bons volumes, mas sem continuidade e sem regularidade. "Por exemplo, chove 100mm em um lugar, 2km para frente não chove nada. Novembro e dezembro, não choveu nada ainda", explica.

Teixeira conta que alguns produtores tiveram que replantar suas lavouras devido à estiagem, e que ainda assim aguardam para os dias 28 e 29 de dezembro chuvas abundantes e uma mudança de clima para que a soja possa ter chance de prosperar.

"As folhas estão quebradiças, é doído presenciar hoje o que está acontecendo na região. Passado 30, 35 dias do plantio, a soja já deveria estar em fase reprodutiva, mas o que se vê é a planta fragilizada, passando por forte estresse hídrico, com a produção comprometida", conta.

Confira as imagens das lavouras de soja na Bahia:

Fotos foram enviados pelo o Diretor da ABAPA, Celito Eduardo Breda

Mesmo nas áreas irrigadas, segundo Teixeira, ainda há preocupação, já que os rios podem não suportar a quantidade de água retirada, e a irrigação não compensa a questão da temperatura alta e da insolação na planta. 

"A soja tem um poder de recuperação muito grande, mas precisa ser chuva com uniformidade, porque volumes pequenos não vão reduzir o problema".

Por: Aleksander Horta e Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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