Preço da soja do BR poderia estar US$ 20 mais alto. 2020 deve ter cotação ainda melhor, diz Severo

Publicado em 28/11/2019 13:12
Vendas intensas do produtor brasileiro, em reais, ajudam a manter pressão sobre cotações em Chicago. Somente esta semana, Brasil já vendeu 8 navios de soja para a China, fora 40 na semana anterior.
Liones Severo - Diretor do SIMConsult

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Entrevista com Liones Severo - Diretor do SIMConsult sobre o Mercado da Soja

 

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A intensa valorização do dólar frente ao real nas últimas semanas tem ajudado a formar bons preços a para a soja do Brasil e estimulam, portanto, boas vendas por parte dos produtores brasileiros. E essa oferta massiva de produto nacional pressiona a as cotações em dólar para o produtor não só do Brasil, mas também dos EUA e dos demais países que comercializam na moeda americana, como explica Liones Severo, diretor do SIMConsult. 

Na análise do executivo, as desvalorizações do real têm sido parte responsável pela queda dos preços em dólares da commodity, como mostra o gráfico abaixo, à direita. 

Do mesmo modo, Severo explica ainda que a Bolsa de Chicago não tem respondido muito bem às perdas de safra que foram registradas nos EUA nesta temporada, na casa 27 milhões de toneladas. "Então, pressupõe-se que o ano de 2019/20 teremos preços melhores porque essa perda vai fazer falta no mundo, sem dúvida (...) Isso vai impactar os preços de qualquer maneira e isso deve ser através do prêmio". 

E o diretor do SIMConsult completa dizendo que "a safra brasileira tem sido vendida com um desconto de US$ 20,00 abaixo das paridades internacionais. Naturalmente que a China se beneficia disso, e isso é uma transferência de renda do setor produtivo para o setor consumidor". 

E nesta quinta-feira, apesar de baixas que trazem alguma correção ao dólar depois de ganhos consecutivos, a moeda americana segue trabalhando acima dos R$ 4,20. 

"Não é uma lógica matemática, mas os especuladores construíram robôs para vender futuros no primeiro sinal de desvalorização do real. A razão é simples, com o tempo perceberam que nesses casos os produtores brasileiros saem fortes para vendas o que corresponde a venda de contratos futuros na CBOT. Por isso, os preços caem. O mundo agrícola torce pela valorização do real para recompor os preços em dólares no mercado internacional", esclarece Liones Severo.

Para o consultor, o produtor brasileiro é o driver de formação dos preços da soja no mundo e reforça o protagonismo do Brasil no complexo da oleaginosa, além de lembrar que a América do Sul responde por 55% da oferta global de soja, enquanto dos EUA vem 28%.

Exportação de soja do Brasil para China pode recuar até 10% em 19/20, diz Agroconsult (Reuters)

SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de soja do Brasil para a China podem recuar até 10% em 2019/20, estimou nesta quinta-feira a Agroconsult, que vê os embarques da oleaginosa brasileira ao país asiático figurando entre 54 milhões e 59 milhões de toneladas nesta temporada.

O cenário para as exportações de soja do Brasil depende diretamente das consequências da guerra comercial entre Estados Unidos e China, apontou a Agroconsult.

A consultoria projetou os embarques totais do produto pelo Brasil entre 76,5 milhões e 78 milhões de toneladas em 2019/20.

Com maior área, Brasil deve produzir recorde de 126 mi t de soja em 19/20, diz Datagro

SÃO PAULO (Reuters) - A produção de soja do Brasil deve avançar para um recorde de 126 milhões de toneladas na temporada 2019/20, apoiada por um aumento de 3% na área semeada com a oleaginosa no país, estimou nesta quinta-feira a consultoria Datagro.

O volume projetado, que supera em 8% a produção de 117,11 milhões de toneladas da safra anterior e bate o recorde prévio de 122,3 milhões de toneladas (de 2017/18), pode fazer com que o Brasil ultrapasse os Estados Unidos na produção da oleaginosa, disse a consultoria.

Em setembro, a consultoria havia estimado a safra 2019/20 em 125,30 milhões de toneladas, com uma área plantada de 36,84 milhões de hectares --agora aponta 37 milhões de hectares.

"Novos ajustes tendem a ser feitos nos próximos levantamentos, mas está claro que o produtor brasileiro irá mesmo aumentar o plantio de soja no país pelo 13º ano consecutivo, em linha com o observado no ano passado", afirmou em nota o coordenador da Datagro Grãos, Flávio França Júnior.

Segundo a Datagro, o maior avanço no plantio será visto no Norte e Nordeste, acrescentando que os preços acima do padrão em 2018/19 ajudam neste movimento.

"Esse incremento pode inclusive limitar a recuperação das cotações da soja no mercado internacional", disse a empresa.

MILHO

Em relação a números divulgados em setembro, a Datagro reduziu em cerca de 1 milhão de toneladas sua estimativa para a produção de milho do país em 2019/20, agora projetando 103,28 milhões de toneladas.

A safra de verão, primeira da temporada, deve gerar 27,07 milhões de toneladas do grão, enquanto a chamada "safrinha", plantada após a colheita de soja, teve produção estimada em 76,21 milhões de toneladas.

A produção da segunda safra tende a registrar uma elevação de 3% na comparação anual, completou a Datagro.

 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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