Demanda chinesa por soja tende a crescer em 2020 e sem acordo com os EUA, Brasil deve ser o grande beneficiado
O mercado da soja encerrou esta quarta-feira (20) com novas quedas, fechando a US$ 9,05 (- 6,50) para janeiro/20 e US$ 9,19 (- 5,50) para março/20. Com essa retração, o mercado repercute as informações negativas do acordo comercial entre Estados Unidos e China, já que praticamente não há mais expectativas de que a "Fase 1" de reaproximação entre os dois países seja assinada ainda este ano.
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No entanto, pouco a pouco a demanda chinesa por soja volta a crescer. Apesar da Peste Suína Africana ter causado grandes prejuízos no plantel de suínos no país, o governo chinês tem incentivado que a população consuma outros tipos de proteínas de origem animal. Principalmente frangos e pescados, o que consequentemente fará com que a indústria chinesa precise de mais farelo de soja.
Sem um acordo comercial com os Estados Unidos, a China voltará a suprir sua demanda com grãos e derivados de soja da América do Sul, principalmente do Brasil. Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócios, analisa que esse cenário fará com que os prêmios no Brasil fiquem mais valorizados.
De acordo com ele, o momento é oportuno para que o produtor rural negocie sua safra, já que o dólar está valorizado. Isso tem feito com que as negociações acelerassem, com portos chegando a pagar R$ 92 / R$ 92,50 para a safra nova.