Após plantio sob forte chuva, partes do Corn Belt agora sofrem com calor e tempo seco

Publicado em 12/07/2019 16:53
Em Illinois, solo rachado, lavouras mal desenvolvidas tanto na soja quanto no milho já mostram os desafios da nova safra de grãos dos EUA. Cenário atual consolida uma tendência de alta para o mercado internacional. Produtor brasileiro precisa estar atento e protegido.
Tarso Veloso e Matheus Pereira - Diretores da ARC Mercosul

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Entrevista com Tarso Veloso e Matheus Pereira - Diretores da ARC Mercosul sobre o Fechamento de Mercado da Soja

 

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Os produtores rurais americanas estão preocupados com as temperaturas elevadas dos últimos dias que já está comprometendo mais ainda as lavouras de grãos. Diante desse cenário, as condições climáticas começam a ser refletidas na Bolsa de Chicago (CBOT) em que as commodities encerram o pregão com valorizações.

De acordo co o Diretor das ARC Mercosul, Tarso Veloso, as temperaturas mais elevadas no Corn Belt estão comprometendo as lavouras de grãos. “Nós sabemos que as previsões climáticas não são boas e os danos que estão sendo causados nas lavouras é em função do estresse hídrico”, afirma.

Os produtores rurais da localidade estão apontando que nunca tiveram um ano tão complicado para a safra dos grãos nos Estados Unidos. “As propriedades que plantaram antes de começar a chover em maio conseguiram uma janela, mas tiveram que fazer o replantio devido o excesso de chuvas. Nós percebemos que os locais que tiveram alagamento as plantas não germinaram”, comenta.

Segundo o Diretor da ARC Mercosul, Matheus Pereira, os stands das plantas não foram perfeitamente formados e tem uma população de grãos menor por área neste ano. “A qualidade de germinação tanto para a soja quanto para o milho estão muito ruins e vivemos em um cenário totalmente controverso. Os mapas climáticos apontam que o clima seco deve se perdurar por todo o cinturão agrícola dos Estados Unidos”, destaca.

Com relação à falta de chuvas, a região que mais está sofrendo é Illinois com solos rachados e lavouras mal desenvolvidas para a soja como para o milho. “Grande parte da seca no cinturão agrícola é decorrente das tempestades tropicais no sul do país e a agressividade delas altera toda a hegemonia”, ressalta Pereira.

A renda dos produtores rurais norte-americanos está caindo desde 2013 e aumentou o número de agricultores endividados. “Nós temos um cenário nos Estados Unidos diferente do Brasil, porém os agricultores estão preocupados com essa falta da demanda com preços baixos. Neste ano com as condições desfavoráveis, eles gostariam de estar recebendo mais pelos os grãos”, diz Veloso.

No Brasil, o cenário é diferente já que os produtores rurais brasileiros foram beneficiados pela a catástrofe da safra americana e a guerra comercial. “Nós últimos cinco anos, os produtores garantiram a renda e conseguiram lucratividade de soja e milho. Só que pressionado por preços internacionais, a renda ficou reduzida em comparação com o ano passado e os agricultores estão insatisfeitos com as cotações”, aponta Pereira.

Diante desse cenário, os produtores rurais brasileiros devem ficar atentos as comercializações e não perder as melhores oportunidades. “O agricultor que conseguir fazer travas futuras e negociar na bolsa terá uma rentabilidade maior”, salienta Veloso. Já Pereira reforça que os produtores precisam se profissionalizar e ter mais gestão da propriedade. “Não adianta só ficar esperando o milagre acontecer para vender a produção, pois milagres não acontecem com frequência”, finaliza Pereira.

Veja imagens abaixo, de Tarso Veloso,  de lavouras a oeste de Chicago, em Illinois:

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte: Notícias Agrícolas

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