Marcos Araújo diz que prêmios precisam subir bem mais para produtor do BR vender
Diante das quedas no mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT) após a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de aumentar a taxação sobre os produtos chineses, o Notícias Agrícolas conversou com o analista de mercado Marcos Araújo, da Agrinvest, a respeito dos prêmios brasileiros.
Araújo visualiza que a China poderia cancelar as compras programadas dos Estados Unidos, fazendo com que essa compra viesse para a soja brasileira e também para a soja argentina, que é mais barata, mas possui qualidade inferior. Contudo, a Argentina pode acabar limitando a escalada dos prêmios no Brasil.
Entretanto, os estoques brasileiros podem ficar em 1 milhão de toneladas caso a China volte a comprar no Brasil acima de 7 milhões de toneladas. Com isso, haveria um racionamento de soja com aumento do prêmio, descolando do mercado de Chicago.
Mas ainda não é possível afirmar o tamanho das compras que o país asiático poderia fazer na América do Sul, já que a continuidade dos problemas com a febre suína africana têm diminuido a demanda por soja naquele país.
É prematuro, portanto, afirmar se toda a demanda vai migrar para o Brasil. Assim, Araújo acredita que não devemos ter escalada de prêmios tão rápida no Brasil em um curto espaço de tempo. Ainda há também o cenário de que várias grandes traders estão aguardando uma definição do tabelamento de fretes para 2020.
Diante desse cenário, ele visualiza qque os produtores têm que ter cautela. Há a possibilidade de um bushel até US$ 7,80 em Chicago. Assim, a atenção deve ser redobrada para este momento.