Soja tem novas e fortes baixas em Chicago com clima adverso para o milho nos EUA

Os preços voltaram a recuar para o mercado da soja na Bolsa de Chicago (CBOT). A queda foi de mais de 9 pontos, com o contrato maio/19 atingindo o patamar de US$8,30/bushel.

Jack Scoville, analista de mercado da Price Futures Group, destaca que o mercado está de olho no clima nos Estados Unidos, já que, neste momento, faz frio, o que não é bom para o plantio do milho. As perspectivas não são boas para o final de semana e as temperaturas precisam subir para que seja hábil colocar a semente no solo.

Com menos milho sendo plantado em terras norte-americanas, o espaço natural seria da soja. Entretanto, Scoville visualiza que, por conta da baixa demanda, os produtores não devem investir tanto na oleaginosa.

Nos patamares atuais, os preços se aproximam do custo de produção. Sem uma oportunidade de demanda no horizonte, o analista acredita ser difícil prever seus rumos.

Mercado Nacional

No Brasil, a quinta-feira foi de baixas também para os preços da soja no mercado brasileiro. Tanto no interior do país, quanto nos portos as referências caíram e perderam até 3,13%, como foi o caso de Jataí, em Goiás. As baixas vieram mesmo com a alta do dólar, o que mostra que as mínimas renovadas na Bolsa de Chicago continuam, de fato, pressionando as cotações da oleaginosa no mercado nacional. 

Em Rio Grande, o spot fechou com a soja valendo R$ 73,00 por saca, com queda de 1,085, enquanto ficou em R$ 73,50 em Paranaguá, onde a perda foi de 1,50%. Já o mês seguinte tem indicativo de R$ 73,70 e R$ 74,50, respectivamente, com perdas de 0,54% e 1,32% nesta quinta. 

Com esse movimento - mesmo frente ao ganho do dólar de 0,92% para R$ 3,9589 nesta sessão - os novos negócios no Brasil estão cada vez mais escassos e comercialização, bastante travada. Os produtores seguem reticentes em fazer novas vendas, ao passo em que os compradores também se mostram mais retraídos agora. 

Sinais desta semana estão refletidos também nos prêmios sobre a soja brasileira que, somente nesta quinta, voltaram a cair e chegaram a perder até 16,67%, como foi caso da posição maio, que tem 25 cents por bushel sobre Chicago.