Soja: Fundos seguem vendendo posições e Chicago fecha em queda nesta 2ª feira

Publicado em 11/03/2019 17:18
Mercado já não acompanha fundamentos, focando se mais no contexto político do quadro atual, com foco ainda na guerra comercial que segue entre China e EUA. Preços cedem também no Brasil e comercialização exige estratégia cada vez mais detalhada e cautelosa.
Tarso Veloso - Diretor da ARC Mercosul

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Entrevista com Tarso Veloso - Diretor da ARC Mercosul sobre o Fechamento de Mercado da Soja

 

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Os preços da soja fecharam o pregão desta segunda-feira (11) em queda na Bolsa de Chicago. O mercado encerrou o dia com a oleaginosa perdendo pouco mais de 4 pontos entre os principais vencimentos e o contrato maio/19 abaixo dos US$ 9,00 por bushel. O agosto encerrou os negócios com US$ 9,10. 

A notícia da compra de 926 mil toneladas de soja pela China nos EUA não causou qualquer reação positiva ao mercado neste início de semana, com os traders cada vez mais descolados dos fundamentos de formação dos preços. 

Leia mais:

>> China compra mais 926 mil t de soja nos EUA, mas Chicago não reage

Com as incertezas que ainda circulam em volta do acordo entre China e Estados Unidos, os fundos investidores seguem trabalhando de forma ainda agressiva do lado vendedor do mercado, mantendo as cotações ainda pressionadas na CBOT, como explicou o diretor da ARC Mercosul, Tarso Veloso, em entrevista ao Notícias Agrícolas, direto de Chicago. 

São, como informa a consultoria, 50 mil contratos vendidos na soja neste momento, e suas posições não deverão ser severamente alteradas até que saia uma definição sobre a disputa comercial. 

Paralelamente, o mercado segue bastante atento às expectativas para a nova safra de grãos dos Estados Unidos, principalmente em relação à briga por área entre soja e milho, que neste ano está bastante ligada à questão política China x EUA, além, é claro, de toda a questão climática. 

E a conclusão do inverno e o início da primavera nos EUA está no radar dos agricultores e dos participantes do mercado, uma vez que as condições iniciais para o plantio do milho - depois de muita neve chegando aos EUA em março - para as definições seguintes para a soja. 

Mercado no Brasil

No Brasil, as cotações da soja fecharam o dia em campo negativo, com baixas consideráveis principalmente no interior do país. Somente em Sorriso, no Mato Grosso, a saca perdeu 4,69% para terminar a segunda-feira cotada a R$ 61,00. 

Nos portos, os preços fecharam com perdas de pouco mais de 0,6% e ficaram com R$ 76,50 no spot em Paranaguá e R$ 76,00 em Rio Grande, enquanto a referência para o mês seguinte foi a R$ 77,50 e R$ 76,50, respectivamente. 

As cotações reagiram não só às baixas em Chicago, mas a um recuo também do dólar neste início de semana. A moeda americana perdeu 0,73% para terminar o dia com R$ 3,84. 

Veja ainda:

>> Brasil exporta recorde de soja em fevereiro e mais de 80% tem destino China

O mercado em Chicago segue completamente focado na disputa comercial entre chineses e americanos. Porém, diferentemente do que vinha sendo observado há alguns meses, os rumores e especulações já não bastam mais para movimentar as cotações, e como já afirmamos em nossos comentários anteriores, agora só um acordo concreto será capaz de mudar a direção das cotações. 

Hoje, nem mesmo o bom volume de soja americana adquirido pela China foi suficiente para impulsionar o mercado, e a pressão baixista dos fundos especulativos novamente prevaleceu. 

Neste cenário de incertezas para os preços em 2019 e diante de uma possível “virada de mesa” no direcionamento da demanda chinesa de soja, a proteção estratégica se faz mais do que fundamental na agricultura brasileira.
Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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