Soja: Confirmação de um acordo China x EUA poderia motivar novas altas em Chicago e trazer oportunidades para o Brasil
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Entrevista com Tarso Veloso - Diretor da ARC Mercosul sobre o Fechamento do mercado da soja
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam o pregão desta quinta-feira (21) com altas de 7,75 a 8,50 pontos nos principais vencimentos, motivados pelas novas informações sobre as relações comerciais entre China e Estados Unidos.
O contrato março terminou o dia com US$ 9,11 e o maio/19, o mais negociado neste momento, com US$ 9,24 por bushel.
"E isso é importante também para o produtor brasileiro. Estamos com essa indicação de que o preço vai continuar subindo caso o acordo seja firmado. E se o acordo sai, a CBOT tem chances de buscar os US$ 10,00 rapidamente, e isso vai ser excelente oportunidade para o produtor no Brasil. Essa alta possível de US$ 1,00 em relação ao que temos hoje com um dólar de US$ 3,75 é muito bom", explica o diretor da ARC Mercosul, Tarso Veloso.
Nesta quinta-feira, as cotações no Brasil subiram de forma significativa. Em Paranaguá, a soja subiu 1,3% no disponível, para R$ 78,00 por saca, enquanto foi a R$ 79,00 para março, com ganho de 1,28%. Em Rio Grande, alta de 1,97% para R$ 77,50 no spot e de 2,34% para o mês que vem, com R$ 78,60 por saca.
No interior do país, os ganhos variaram entre 1,46% a 5,43% nas principais praças de comercialização.
Segundo informações da consultoria, as duas maiores economias do mundo já estariam alinhando um acordo concreto para reestabelecer suas relações comerciais. O objetivo agora é conseguir a aprovação dos termos pelos dois líderes.
"Assim como relatamos no fim da última semana, os representantes comerciais de ambas as nações já estão trabalhando em um Memorando de Entendimento para ser apresentado aos respectivos presidentes, Donald Trump e Xi Jinping. Os próximos passos seriam a aprovação dos termos por ambos lados e a conclusão do acordo em um encontro presencial, que deverá acontecer em meados de março", diz a ARC.
Fontes familiarizadas com os últimos encontros das delegações chinesa e americana relataram à agência internacional Bloomberg que a China se ofereceu para comprar mais US$ 30 bilhões de produtos agrícolas dos EUA, incluindo soja, milho e trigo, como parte desse acordo que estaria sendo desenhado com esse Memorial de Entedimento.
Entre as pautas das últimas conversas estão ainda os planejamentos para que sejam removidas tarifas anti-dumping e anti-subsídios dos grãos destilados secos (DDGs).
As informações são positivas, porém, ainda não foram reportados detalhes do possível acordo ou dos próximos passos que serão tomados pelas duas nações, uma vez que a disputa já, há tempos, deixou seu viés puramente comercial para tomar proporções geopolíticas muito maiores.
Assim, os principais pontos de discussão continuam sendo, além da agricultura, a queda de barreiras, os setores de serviços, transferência de tecnologia e propriedade intelectual. Há, porém, a possibilidade de as condições dos dois presidentes não coincidirem e a as tarifas voltarem a ser impostas.