Mercado da soja exige atenção para vendas de curto e médio prazos
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Entrevista com Tarso Veloso e Matheus Pereira - Diretores da ARC Mercosul sobre o Panorama da colheita da soja
Matheus Pereira e Tarso Veloso, diretores da ARC Mercosul, conversaram com o Notícias Agrícolas nesta terça-feira (22) a respeito das perspectivas para o mercado de grãos nos próximos meses, com dicas e apontamentos que podem ajudar o produtor rural a tomar a melhor decisão.
Com a colheita brasileira em andamento, a safra ainda não tem um número bem definido. A nível nacional, ocorreram alguns problemas climáticos, mas a safra ainda deve ser robusta - acima das 100 milhões de toneladas.
Contudo, a China reduziu seu consumo de soja, o que fez com que o mercado ficasse bastante depreciado. Assim, mesmo que a guerra comercial entre Estados Unidos e China seja solucionada, é possível que não haja alteração no patamar de preços da Bolsa de Chicago (CBOT).
No curto prazo, a produção mundial de soja é muito grande para o consumo, a não ser que os chineses entrem, comprem um estoque recorde e os preços aumentem. Mas, por conta da redução da importação, os prêmios também não sobem no Brasil.
O Brasil também ainda tem muita soja sendo formada em janeiro e fevereiro, o que pode abrir espaço para novas perdas de acordo com as projeções climáticas para os próximos 30 dias. A última estimativa da ARC Mercosul dá conta de uma safra de 116,8 milhões de toneladas, mas o cenário será acompanhado com calma para que um novo número seja divulgado.
Caso o produtor tenha algum grão disponível, o que é normal, os diretores recomendam aproveitar os preços parcialmente, mas ainda não totalmente. As oscilações políticas no Brasil ainda abrem espaço para novas variações do dólar.
Ao mesmo tempo, o Congresso norte-americano não liberou o orçamento para o funcionamento de serviços básicos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), assim, não está divulgado seus dados, o que faz com que o mercado não tenha uma base para negociar.