Deral confirma que 12% das lavouras de soja no Paraná já têm algum grau de perdas que podem ser consideradas irreversíveis
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Condições das lavouras de soja no PR - Marcelo Garrido Moreira - Economista do Deral
Marcelo Garrido Moreira, economista do Deral, conversou com o Notícias Agrícolas nesta terça-feira (08) para destacar os dados referentes à safra de soja no Paraná, de acordo com o último relatório de acompanhamento de safra divulgado pelo órgão.
A condição de clima adverso, que vem sendo enfrentada desde dezembro, fez com que 12% das lavouras estivessem em condições ruins, 30% em condições médias e 58% em condições satisfatórias e boas.
Os 12% que estão em condições ruins, entretanto, não são perdas consolidadas, mas lavouras que irão ter algum problema de produtividade.
Os 30% em condições médias ainda podem ter uma situação boa se diagnosticado a partir deste momento - mas precisa chover. O campo padece com a situação de déficit hídrico e ainda são necessárias novas chuvas.
As lavouras que foram mais afetadas pela escassez de água foram aquelas mais precoces, plantadas no oeste e no sudoeste do estado. As áreas em boas condições foram plantadas de forma mais tardia.
Algumas regiões divulgam perdas de 30% a 40% - o que, segundo Moreira, pode ter acontecido, de fato, mas deve-se ter cuidado para divulgar esse número como se fosse uma média.
Já para a primeira safra do milho, que é menos expressiva do que a segunda, o percentual de área ruim é de apenas 2%. 24% da área está em condições médias e 74% em boas condições.
Colheita de soja no Paraná começa com lavouras em pior condição, diz Deral
SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de soja da safra 2018/19 no Paraná começou com as lavouras em piores condições, dada a falta de chuvas em níveis adequados há mais de um mês, disse nesta terça-feira o Departamento de Economia Rural (Deral).
Problemas no segundo maior produtor brasileiro da oleaginosa podem levar a colheita nacional a cair, algo que já começa a ser efetivamente considerado por representantes de produtores e uma consultoria.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgará suas atualizações sobre a safra brasileira na próxima quinta-feira.
Segundo o Deral, vinculado à Secretaria de Agricultura do Paraná, a colheita de soja no Estado alcançava 5 por cento da área até a véspera. Há um ano, as atividades ainda não tinham começado, e o ritmo acelerado de agora reflete o plantio precoce em algumas regiões
Entretanto, devido à estiagem recente, 12 por cento das lavouras paranaenses estão em patamar ruim, condição não reportada pelo Deral em igual momento do ano passado. Outros 30 por cento das plantações foram classificadas com qualidade "média" e 58 por cento com "boa".
"Estamos trabalhando com informações dos campos. As regiões oeste e sudoeste são as mais afetadas neste momento por terem iniciado o plantio maio cedo. Temos uma tendência de redução de produtividade nessas regiões", afirmou o analista Marcelo Garrido, do Deral, acrescentando que alguns relatos apontam para rendimentos até 40 por cento menores.
"Cerca de 30 por cento da produção do Estado está nessas duas regiões. Se elas forem bem impactadas, podemos ter uma redução de produtividade", afirmou, frisando que por ora o Deral mantém a cautela quanto a uma eventual revisão de estimativa de safra.
A expectativa é de que uma nova projeção seja divulgada no fim do mês pelo Deral, que até o momento projeta produção de 19,1 milhões de toneladas de soja em cerca de 5,5 milhões de hectares.
Nos últimos 60 dias, as precipitações ficaram aquém da média em todo o Paraná. No oeste do Estado choveu 130 milímetros abaixo do esperado, enquanto no sudoeste, 101,6 milímetros menos, segundo dados do Agriculture Weather Dashboard, do Refinitiv Eikon.
MILHO
Em relação ao milho, o Deral informou que a colheita da primeira safra ainda não começou. Já o plantio da segunda, a "safrinha", alcançava 3 por cento da área até véspera, contra zero um ano atrás.
O Paraná deve produzir 3,20 milhões de toneladas de milho na safra de verão, alta de 11 por cento ante 2017/18, e 12,66 milhões na "safrinha" (+38 por cento), conforme o departamento.