Clima irregular provoca replantio de 15% da área de soja na região do Planalto no Rio Grande do Sul
As chuvas volumosas que foram registradas na região sul do país atrapalharam o plantio de soja na região da cidade de Carazinho (RS), causaram transtornos aos produtores e elevaram os custos de produção para esta safra. “A melhor janela para o plantio de soja aqui na região é de 15 de outrubro a 20 de novembro e como tivemos bastante chuva nesse período a nossa janela de plantio foi bastante apertada e acarretou problemas de germinação, podridão de sementes e doenças. Calculamos entre 15 a 20% de área que precisou ser replantada aqui na região norte do planalto. Essa semana esfriou e o solo está secando, mas o produtor está aguardando o solo secar bem porque se plantar no úmido de novo vai ter problemas novamente. Tem produtores com três replantios em nossa região e o custo vai lá em cima”, diz Paulo Vargas, vice presidente do Sindicato Rural de Carazinho.
Pela análise do vice presidente do sindicato, esses problemas climáticos enfrentados no estado irão impactar na produtividade da safra. “Certamente esse produtor que teve que replantar não vai ter a mesma produtividade da área principal. Fora da janela boa de plantio temos problemas de luminosidade e do tipo de semente que ele vai encontrar para replantar que pode não ser a melhor para o tipo de propriedade e de solo que ele tem. Algumas variedades já estão esgotadas no mercado e quem não se agilizou para adquirir logo vai ter problemas”.
Em busca de alguma alternativa para minimizar as perdas com a safra de soja, algumas lavouras na região de Carazinho estão sendo substituídas pelo cultivo de milho. “O produtor que plantou uma ou duas vezes e a soja não nasceu, ou nasceu e morreu, está indo para o milho. Como temos pouca produção de milho aqui nessa região ainda encontramos sementes para plantio. Essa é uma outra alternativa, mas também de risco porque ele vai pegar uma época lá na frente em que ocorrem os veranicos aqui no Rio Grande do Sul. ”, afirma Vargas.
Com tantos problemas na constituição da safra de soja local, os produtores já se preocupam também com a venda da lavoura que, até o momento, apresenta negócios lentos. “Alguns produtores conseguiram comprar seus insumos cedo antes da alta do dólar e estão bem, mas o resto acabou comprando com os valores mais altos. Ainda não sabemos o que vai acontecer no ano que vem com o novo governo, novos ministros e mercado mundial oscilando. No momento temos a cotação de R$ 80,80 por saca para o pagamento no ano que vem lá no porto de Rio Grande, então ainda temos que descontar o frente daqui até o porto”, comenta Paulo Vargas.