Brasil pode elevar em 45% produção de farelo de soja apenas ocupando capacidade ociosa das indústrias e atender demanda Chinesa
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Entrevista com Daniel Furlan Amaral - Gerente de Economia ABIOVE sobre o Farelo de Soja
Uma missão brasileira esteve na China na última semana para ressaltar para o país asiático a importância da compra do farelo brasileiro, na expectativa de abrir um novo mercado.
Daniel Furlan, gerente de economia da ABIOVE, conversou com o Notícias Agrícolas nesta quarta-feira (14) e destacou que a viagem foi bastante produtiva e pode expor a necessidade de diversificar a pauta exportadora do complexo soja com o país asiático. Também há uma perspectiva excelente para o biodiesel.
Com isso, o Brasil pretende ter uma necessidade de esmagamento considerável para gerar um excedente exportável que seja de interesse do parceiro comercial, bem como poderá ajudar a China a continuar crescendo. Os chineses ainda não deram um indicativo claro, mas se dispuseram a retomar as conversações a respeito do assunto.
Para Amaral, há um otimismo em torno de conseguir melhorar a relação com o país asiático. Há todo um processo "complexo e longo" que começa com a habilitação de fábricas, mas há um empenho para que isso dê certo nos próximos meses. A China, além do farelo, também poderia comprar óleo vegetal.
O Brasil pode ampliar em 45% sua oferta de farelo se houver mercado disponível para receber esse produto, utilizando apenas a capacidade ociosa das indústrias que hoje é de 20 milhões de toneladas de grãos. Volume que seria suficiente para produzir 16 milhões de toneladas adicionais de farelo, que adicionadas as 36 milhões produzidas atualmente, geraria uma oferta total próxima de 50 milhões de toneladas.
Embora a competitividade do produto argentino seja grande, o país é forte neste setor, a ABIOVE entende que há espaço para o produto brasileiro no mercado internacional, principalmente com a nova demanda chinesa.