Paraguai já tem cerca de 60% da área de soja plantada, mas excesso de chuvas preocupa neste momento
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Entrevista com Neivo Fritzen - Produtor Rural - Acompanhamento de Safra da Soja no PY
Os produtores rurais estão preocupados com as condições climáticas que tem prejudicado o andamento dos trabalhos de campo no município de Nova Esperança, que localizado no Departamento de Canindeyú no Paraguai. Com isso, a janela de plantio para o milho safrinha pode ficar comprometido.
De acordo com o produtor rural da localidade, Neivo Fritzen, as fortes precipitações recentes comprometeram o ritmo dos trabalhos de campo. “Desde dia 15 de setembro está chovendo e já temos mais de 200 milímetros de chuvas acumulados, sendo que em algumas regiões teve até granizo”, afirma.
O vazio sanitário da cultura da soja se encerrou no dia primeiro de setembro, em que o clima permitiu que os agricultores iniciassem o plantio da soja na primeira semana do mês. “Até o momento, nós estamos com 50% da área cultivada em todo o país”, comenta.
A semeadura da soja desta safra 2018/19 está mais adiantada se comparada com a temporada passada. No entanto, os produtores estão atentos com o excesso de umidade para não ter problemas com a sanidade das lavouras. “As últimas áreas plantadas podem ser prejudicadas pela a questão de pragas e doenças”, diz.
Com relação às lavouras destinadas a cultura do trigo, o produtor destaca que as chuvas afetaram a colheita e o rendimento dessas áreas. “Ainda tem muito trigo para ser colhido e os já foram acabaram ficando bastante comprometidos em função das chuvas e da geadas em junho”, ressalta.
Preços
Apesar da expectativa com uma boa safra de soja, os agricultores estão preocupados com os baixos preços que não remuneram. “Nós temos uma realidade muito diferente do Brasil, não temos o beneficio dos prêmios e não tivemos uma vantagem com o câmbio, pois a oleaginosa é negociada em dólar”, pontua.
Do lado da demanda, os impactos da guerra comercial não prejudicaram a comercialização. “A soja paraguaia é muito bem aceita mundialmente para a produção de proteína, óleo e outros produtos”, explica.
Já as negociações futuras seguem com ritmos lentos, pois os preços estão abaixo dos patamares que os produtores gostariam que estivessem ao redor de US$ 310,00 a US$ 320,00 por tonelada.