Clima quente nos EUA traz de volta expectativa de alta nos preços da soja. Risco à produção faria Chicago voltar aos US$10,00
O mercado de soja na Bolsa de Chicago (CBOT) teve mais um dia de alta para os preços, embora estas altas sejam pouco significativas, de 2 a 3 pontos nos principais vencimentos. Amanhã, dois relatórios importantes, o de estoques trimestrais e o de área definitiva plantada, serão divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Jack Scoville, analista de mercado da Price Futures Group, em Chicago (EUA), destaca que os preços praticados na última semana, por volta dos US$9/bushel, estavam muito baixos, não refletindo a realidade do mercado. Há uma possibilidade de a próxima semana trazer um tempo mais quente e falta de chuvas para o Corn Belt, sobretudo, na área oeste. Entretanto, a falta de chuvas é necessária para as lavouras neste momento, já que houve um excesso no plantio.
O analista também aponta que há uma expectativa para que o relatório do USDA de amanhã aponte para uma área plantada de soja maior do que a área de milho nos Estados Unidos. Contudo, ele conta que, pelas conversas que obteve com produtores, esta informação pode não estar correta, sendo difícil afirmar se essa mudança ocorreu ou não. Os estoques também serão vistos com muito interesse, já que a demanda para a exportação está grande e o USDA não fez mudanças em seu último relatório.
Ele aponta para alguns comentários que dizem que as estimativas de produção do ano passado não estavam corretas, uma vez que há exportações em níveis mais altos do que as estimativas. O país vende muito óleo e o consumo de soja em grão pelos processadores está acelerado.
A partir de agora, as lavouras entram em uma época de alta importância para o desenvolvimento de soja e milho. A área plantada a ser divulgada e os desdobramentos do clima serão importantes fatores de atenção, podendo fazer com que o mercado atinja, novamente, patamares entre US$9,50/bushel e US$10/bushel.