Movimento de alta na soja perde ritmo em Chicago com mercado reavaliando possível impacto do clima na produção americana
A segunda-feira foi marcada pela influência do clima nos Estados Unidos nos grãos negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Com isso, o Notícias Agrícolas conversou na manhã desta terça-feira (2) com Miguel Biegai, da OTCEx Group, em Genebra (Suíça), para saber como os negócios estão fluindo, em um momento no qual a soja trabalha em alta, mas perde um pouco de seu ritmo.
Para Biegai, o mercado foi pego de surpresa ontem e houve uma movimentação expressiva de stop, com traders que estavam vendidos em uma posição entrando nas compras para sair da posição vendida. Muitas vezes, esses stops são automáticos, explica ele, o que justificou as altas no mercado. Logo, não houve muito aumento de posições compradas e, sim, desmanche de posições vendidas.
Hoje, o mercado já separa esses fatos. Houve poucos volumes de negócios ontem e é sabido que há um problema explícito para o trigo, mas que soja e milho, por enquanto, não enfrentam tantos problemas. Os produtores norte-americanos ainda possuem a oportunidade de replantio e há uma janela que pode ser aproveitada. Portanto, ainda é cedo para destacar uma quebra.
O milho, por sua vez, já cai em Chicago. Há projeção de um clima mais seco para a próxima semana e, mesmo que esteja atrasado, o produtor americano é conhecido pela sua capacidade de plantar muito rápido, como destaca Biegai.
Com isso, os produtores devem aproveitar essa alta não esperada para realizar um pouco das vendas, principalmente aqueles que venderam pouco até agora. Em Genebra, o físico reagiu com uma maior indicação de vendedores, mas negócios de fato ainda não sairam, com um mercado ainda calmo no dia de hoje. Isso é justificado pelo início da indicação de preços se dar apenas a partir das 10h.