Rentabilidade da soja pode melhorar por redução no custo logístico e alta dos prêmios. Câmbio e preços em Chicago pouco ajudarão
Nesta sexta-feira (17), o mercado da soja se apresenta segurando os US$10/bushel na Bolsa de Chicago. De acordo com Carlos Cogo, da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, o fato de os Estados Unidos ainda estarem em atividade intensa de exportação, em um momento no qual era esperado que as vendas fossem para a América do Sul, é um dos fatores que mantêm os preços em baixa.
Com os atrasos no escoamento pelo Arco Norte, os traders e compradores chineses também preferiram procurar pelo mercado americano nas últimas semanas.
No Brasil, a maior parte das regiões contam com produtores capitalizados e "sem nenhuma pressa de vender", como afirma Cogo. 45% da safra brasileira já foi negociada antecipadamente e, até agora, há uma retração do vendedor, que observa duas coisas: a queda no preço internacional e o aumento do preço dos fretes, o que reduz o preço FOB.
O calendário de exportação, logo, deve mudar neste ano, mas não irá afetar as negociações. No momento em que os estoques nos Estados Unidos forem se esgotando, o mundo terá que se abastecer dos países do Sul.
No próximo dia 31, será divulgado o primeiro relatório oficial de área de soja americana, o que poderá confirmar o aumento de área previsto pelo Agricultural Outlook Forum, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). No entanto, ainda não se trata de uma pesquisa de campo e, sim, de uma pesquisa feita a partir das consultorias norteamericanas. Do lado da demanda, altista, boas perspectivas em torno de uma demanda global forte de proteínas.
Neste momento, Cogo aconselha os produtores a venderem "apenas o suficiente" para antecipar a compra de insumos.