Pressão sobre os preços da soja em Chicago deve permanecer até abril, com avanço da oferta na América do Sul
Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, avalia que o mercado vem "bem mais calmo" depois de uma semana com relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e uma pressão de baixa ocasionada por uma safra recorde de 108 milhões de toneladas anunciada para o Brasil pelo mesmo relatório.
Tudo indica que a safra recorde brasileira irá, de fato, se concretizar. Por isso, Brandalizze destaca que, na segunda parte de março e na primeira quinzena de abril, será possível observar as quatro semanas mais baixas do ano no mercado tanto da soja quanto do milho, já que os produtores entregam seus produtos nos armazéns.
Este fator também conta com a pressão interna. Nas semanas anteriores, haviam poucos negócios nos portos. Agora, mesmo com cotações menores, os negócios começaram a aparecer com mais frequência nesta semana. Ainda não é o suficiente para pressionar as cotações, mas é um sinal de que "não está havendo falta de produto como ocorreu há um mês", diz o analista. Os negócios nos portos ficaram entre R$71 a R$72,30, contra R$73,50 da última semana.
Nesta semana, o Banco Central Americano (FED) também deverá decidir sobre a taxa de juros nos Estados Unidos, que pode chegar até a 1%. Este possível avanço faz com que o mercado fique mais cauteloso, liquidando das commodities, o que também dificulta a reação da soja em Chicago.
Milho
O mercado interno do milho se mostra mais ofertado do que comprador. O setor de ração está retraído, devendo entrar apenas em abril e maio. Algumas das grandes indústrias também possuem trigo nos seus estoques, o que faz com que o cereal seja menos demandado.
Os preços, sem ajuda do dólar e das cotações na CBOT, se mostram em baixa. No Porto de Paranaguá, a cotação hoje está a R$29.